‘A oposição da ALE é de mentirinha’, diz José Maria Tenório

O deputado estadual José Maria Tenório (PMN) – que se encontra na vaga de um dos parlamentares afastados pela Justiça – disse, em entrevista a uma rádio local, que a oposição da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas é “de mentirinha” e vota conforme as conveniências dos deputados estaduais Judson Cabral (PT), Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT) e Rui Palmeira (PR).

O ataque ao trio oposicionista se faz em função do adiamento da votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que altera as regras para a eleição de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Em tese, a PEC favorece o deputado estadual e presidente do parlamento Fernando Toledo (PSDB), que passaria a poder ser indicado pelo governador do Estado, Teotonio Vilela Filho (PSDB).

Pela Constituição Estadual, a vaga é de um auditor do próprio Tribunal de Contas. Por isto, os deputados estaduais que apóiam Fernando Toledo buscam aprovar a PEC para garantir a ida do presidente do parlamento. José Maria Tenório – apesar de integrar o bloco do suplente e de já ter estado junto com os oposicionistas contra a reeleição de Fernando Toledo – já admitiu publicamente que votará a favor da PEC e disse que os deputados estaduais oposicionistas formam uma oposição vazia ao se posicionarem contrários a aprovação da emenda.

“Estes três deputados da Assembleia (Paulão, Judson e Rui Palmeira) querem fazer oposição para aparecer. Eles gostam de aparecer. Esta é a verdade”, frisou José Maria Tenório, que se disse ainda “enfezado” com os oposicionistas, por eles estarem criando obstáculos para a aprovação da PEC que tem sido chamada nos bastidores de “PEC Pró-Toledo”.

“Os oposicionistas querem colocar na cabeça da população que a PEC é para favorecer o Fernando Toledo. A PEC regulamenta uma situação. Agora, o Fernando Toledo preenche os requisitos para a vaga de conselheiro de Tribunal de Contas do Estado e tem a simpatia dos deputados estaduais e do Governo do Estado. Se o candidato fosse um deles (os oposicionistas) eles não estariam criando esta dificuldade. Eles não têm é voto, nem candidato, por isto estão chiando. Se fosse colocado um deles lá, não teria oposição”, complementou ainda José Maria Tenório.

José Maria Tenório acusou Paulão de pedir o adiamento da sessão para ganhar tempo e jogar mais informações para fomentar a opinião pública. “Ora, a sociedade não sabe nem quem são os deputados, não sabe nem o que é PEC”, finalizou ainda o deputado estadual. De acordo com informações de bastidores, a PEC deve ser aprovada no parlamento, porém com seis votos contrários à ela. Destes, três são de Paulão, Judson Cabral e Rui Palmeira.

‘Cão de guarda de Toledo’

Em entrevista ao Alagoas24Horas, por telefone, o deputado estadual Rui Palmeira (PR) disse ter estranhado as declarações do deputado estadual José Maria Tenório. “Isto é uma piada”, colocou Palmeira. O deputado que integra o bloco oposicionista salientou ainda que o parlamentar do PMN é quem deve explicar esta defesa voraz do presidente da Casa, Fernando Toledo.

“É no mínimo estranho esta defesa. Não tenho muito que falar deste rapaz, mas eu estranho que agora ele passe a defender fervorosamente o Fernando Toledo, depois de ter sido humilhado por ele, quando o presidente tentou afastar os suplentes do parlamento. Eu não entendo”, colocou ainda Rui Palmeira.

“Não tenho nada contra um deputado estadual votar a favor da PEC. Isto é uma decisão pessoal que cabe a cada parlamentar, o que não entendo é esta postura ofensiva em relação à oposição por parte do José Maria Tenório. Ele virou um cão de guarda do Fernando Toledo e da Mesa Diretora. É estranho que ele passe a defender o presidente que antes ele já havia chamado de ‘frouxo’”, colocou ainda Rui Palmeira.

José Maria Tenório xingou Fernando Toledo de “frouxo” ao dizer que a Mesa Diretora agia sob influência dos deputados estaduais afastados pela Justiça por conta da acusação de corrupção. Os afastados foram indiciados pela Polícia Federal durante a Operação Taturana e são acusados de terem desviado R$ 280 milhões do erário. Rui Palmeira – no entanto – confirmou que a PEC não poderá ser votada na tarde de hoje por conta de um pedido do deputado Paulão (PT), o adiamento da matéria é uma prerrogativa de líderes.

Como a PEC está para ser votada em regime de prioridade, isto significa que o parlamento não apreciará projetos na tarde desta quinta-feira, dia 18, mas a sessão ordinária está mantida, caso haja quórum, que corresponde a 1/3 do número de parlamentares, ou seja, nove deputados estaduais.

Atualizado às 12h.

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