Iraquianos comemoram saída de americanos

Soldados iraquianos comemoram retirada americana em Bagdá
Soldados iraquianos comemoram retirada americana em Bagdá

Os iraquianos comemoraram nesta terça-feira a retirada das tropas americanas de todas as cidades do país, em cumprimento do acordo de segurança assinado em dezembro entre Washington e Bagdá.

"Enfrentamos uma nova prova e estou bastante seguro de que sairemos vitoriosos dela", afirmou o primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, em discurso transmitido pela televisão, por ocasião da culminação da retirada dos soldados americanos das cidades.

O presidente do país, Jalal Talabani, que comemorou o batizado "Dia da Soberania", afirmou que "a partir de hoje, o povo iraquiano será dono de suas riquezas, decidirá seu destino e escreverá sua história".

Os dirigentes pediram também a cooperação e a coordenação com os países vizinhos na próxima etapa e insistiram que é interessante para o Iraque manter a estabilidade.

"Desejamos estabelecer novas relações baseadas no equilíbrio, na boa vizinhança e na não interferência nos assuntos internos", afirmou al-Maliki, em referência à Arábia Saudita, ao Kuwait, ao Irã, à Turquia, à Jordânia e à Síria.

O primeiro-ministro iraquiano aproveitou seu discurso para advertir sobre perigos ainda enfrentados pelo país e pediu "unidade" para combatê-los.

Em particular pediu aos árabes, aos muçulmanos e à comunidade internacional que lutem contra os "islamitas takfires", termo usado para qualificar os grupos islâmicos que classificam outros muçulmanos como infiéis e pedem sua morte.

"Eles emitiram fátuas (editais islâmicos) contra a participação nas eleições, para proibir os jovens que protejam seu povo e sua pátria, assim como para legalizar o assassinato de civis, com o pretexto de que estão sendo usados como escudos humanos", acrescentou.

As autoridades reforçaram a segurança em todo o país. Soldados iraquianos estão presentes nas ruas de diversas cidades.

Mais de 120 mil soldados do Exército e das forças de segurança foram posicionados em Bagdá, para evitar qualquer ataque terrorista.

Isto não evitou, no entanto, que quatro soldados americanos fossem mortos em vários combates, revelou hoje o Comando Militar dos EUA, o que aumenta para 4.320 o número de americanos mortos no Iraque, desde a invasão de março de 2003.

Enquanto isso, as comemorações começaram ontem, com uma austera cerimônia militar na fortemente vigiada Zona Verde de Bagdá, que abriga a sede do Governo iraquiano e a embaixada dos EUA, entre outras instituições. O ato contou somente com a presença de militares.

Além disso, no centro de Bagdá, vários cantores e artistas iraquianos participaram ontem à noite, acompanhados de fogos de artifício, de uma cerimônia no parque de Zawra.

Milhares de pessoas foram à comemoração e entoaram o grito "Bagdá vitorioso! Esperamos te ver sempre em glória".

Os EUA ainda mantêm mais de 140 mil soldados no Iraque e, embora a maioria tenha saído das cidades e se estabelecido em bases longe das zonas urbanas, alguns não pertencentes a unidades de combate continuarão colaborando com o Exército iraquiano.

No entanto, apesar da retirada dos centros urbanos, as tropas dos EUA poderiam retornar pontualmente às cidades, se for solicitado pelas autoridades iraquianas.

Em dezembro do ano passado, Washington e Bagdá assinaram um acordo de segurança, que estipula a retirada americana das cidades antes de julho de 2009 e de todo o território iraquiano antes de janeiro de 2012.

Dois meses depois, o recém eleito presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou uma retirada gradual das tropas americanas até agosto de 2010, para reduzir seu número para entre 35 mil e 50 mil soldados, que se dedicarão a tarefas de assessoria e formação, até a retirada total.

Fonte: Terra

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