Pesquisadores da Ufal estudam sobre o mel

Pesquisadores do Mestrado em Nutrição se destacam em estudos sobre o mel
Com o crescimento da atividade apícola em Alagoas, contribuindo para o desenvolvimento sustentável de várias comunidades no Estado, dois alunos da Universidade Federal de Alagoas Maria Raphaella Vasconcelos e Alysson Duarte, despertaram o interesse em desenvolver dissertações de mestrado sobre temas relacionados.

Os biólogos defenderam a dissertação do mestrado pela Faculdade de Nutrição da Ufal mas todo o estudo foi realizado no Instituto de Química, sob orientação da professora Ana Maria Queijeiro López. O projeto é denominado “Monitoramento da qualidade microbiológica e físico-química de mel e pólen de abelhas nativas e africanizadas do agreste, sertão e litoral do estado de Alagoas – estabelecimento de sistema de informações georreferenciadas”.

Os alunos fizeram um estudo dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos, bem como de atividades terapêuticas, do mel e pólen de abelhas nativas e africanizadas cultivadas em diferentes regiões de Alagoas, além de buscar conhecer a origem floral e entomológica desses produtos. O apoio financeiro veio do Banco do Nordeste, da Secretaria de Ciência e Tecnologia e da Fapeal, através de bolsas de Mestrado e de Desenvolvimento Tecnológico.

A dissertação de mestrado de Maria Raphaella Vasconcelos teve como tema “Polén apícola do Estado de Alagoas: Composição físico-química, origem botânica e atividade antioxidante”. Durante seis meses, com amostras coletadas quinzenalmente, ela avaliou a influência da origem botânica na qualidade físico-química de pólen apícola de diferentes mesorregiões do estado, na estação seca, visando contribuir para o estabelecimento de padrões de qualidade deste produto. “Interessei-me em pesquisar sobre pólen apícola porque é um alimento completo que, além de nutrir, possui compostos que podem contribuir contra o desencadeamento de doenças” conta Maria Raphaela.

Alysson Duarte pesquisou o tema “Mel de abelhas nativas e africanizadas do estado de Alagoas: composição química, segurança microbiológica e atividade terapêutica”. O objetivo foi diferenciar, segundo a composição química, a atividade antioxidante e antimicrobiana, nos méis de abelhas nativas e africanizadas de diferentes regiões do estado, produzidos durante a estação das secas. Ele trabalhou com municípios do sertão, litoral, zona da mata e da região canavieira, totalizando nove municípios. “Tentei estudar a influência da origem entomológica do mel em sua composição química, qualidade microbiológica e ação terapêutica deste alimento”, ressaltou.

Segundo Alysson os meliponicultores, por exemplo, em Alagoas trabalham a margem dos órgãos institucionais e vendem o produto de maneira clandestina. Ele analisou a composição do mel e rastreou bactérias. Com a pesquisa, Alysson procura chamar a atenção das autoridades estaduais para a necessidade de investir neste segmento. “O mel produzido em Alagoas possui qualidade, mas é necessário que o Estado forneça certificações aos produtores com base em análises. Seria interessante haver um órgão ou instituição que coordenasse o controle de qualidade” disse Alysson.
Poucas pesquisas.

Os biólogos contam que, além do interesse pela apicultura, o que os fez aprofundar-se na pesquisa dos temas Pólen e Mel foi a ausência de registros de pesquisas nessa área no estado, tanto de dados com relação à produção, quanto da caracterização e qualidade de alimentos.

Raphaela e Alysson já apresentaram dez trabalhos relacionados à pesquisa em congressos científicos de âmbito internacional, e tiveram dois capítulos de livro aceitos para publicação na série de Ciência & Tecnologia, editada pelo Banco do Nordeste, denominado “Abelhas: Manejo Racional de Abelhas Africanizadas e de Meliponíneos no Nordeste do Brasil”. Dois artigos também já foram submetidos para publicação em periódico científico.
Doutorado na Unicamp.

No mês de maio os alunos foram apresentar seus trabalhos no Congresso da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, onde conheceram o professor da Universidade de Campinas, Yong Kun Park, que os convidou para fazer doutoramento em Química de Alimentos sob a orientação dele. Yong trabalha com própolis e é um dos maiores especialistas na área.

Maria Raphaela contou que, em junho, ela e Alysson estiveram em São Paulo e formalizaram a aceitação ao convite do professor Young. Em outubro os pesquisadores vão se submeter às provas de seleção e, a partir daí, estarão vinculados ao programa de doutorado. A ida para a Unicamp está prevista para janeiro do ano que vem.

Fonte: Assessoria

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