‘Ele foi indiciado e quer esconder informações com base na truculência’, rebate Barbosa

Luis Vilar/Alagoas24horas/ArquivoCâmara realiza sessões especiais nesta quinta

Câmara realiza sessões especiais nesta quinta

As farpas trocadas – por meio da imprensa – entre o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), e o vereador Ricardo Barbosa (PSOL) ganhou um novo capítulo no dia de hoje, 11, na sessão da Câmara Municipal da capital alagoana. Barbosa se sentiu indignado com a mais recente declaração de Almeida, de que “com poucos votos, Ricardo Barbosa falava demais”.

Almeida fez uma referência ao fato de Ricardo Barbosa só ter sido eleito por conta da expressiva votação da companheira de partido Heloísa Helena, que obteve quase 30 mil votos. Almeida atacou Barbosa depois que este cobrou – em entrevista à imprensa – explicações sobre uma possível movimentação financeira de R$ 5 milhões nas contas do prefeito de Maceió.

A movimentação foi constatada pela Polícia Federal, nos laudos solicitados para o inquérito da Operação Taturana. Cícero Almeida configura entre um dos cem indiciados que teriam desviado mais de R$ 280 milhões da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, por meio de falsas declarações à Receita Federal e empréstimo fraudulento, que foi o caso de Almeida.

Na sessão de hoje, o vereador do PSOL – ofendido com as declarações de Cícero Almeida – relembrou que o prefeito já foi indiciado pela Polícia Federal “por lavagem de dinheiro, peculato e crime contra a ordem financeira”. “Ele foi indiciado e quer esconder informações na base da truculência. Apenas quero, enquanto vereador, explicações para a movimentação financeira, pois se foi sobra de campanha não pode ser depositado em conta pessoal, por configurar crime”, destacou o vereador.

Ricardo Barbosa disse que vai apresentar requerimento cobrando explicações do prefeito de Maceió. “Vou apresentar o requerimento, mesmo sabendo que não será aprovado, pois é difícil ser oposição na Câmara de Maceió, quando só há três vereadores fora da bancada do prefeito: eu, Heloísa Helena e Tereza Nelma (PSB)”, salientou.

De acordo com Barbosa, as declarações do prefeito passam a impressão de que ele “conduz a Câmara Municipal com os gritos”. “O prefeito não pode receber críticas? Não é a primeira vez. Ele próprio disse, diante de um projeto meu que trazia a responsabilidade de aumento de passagem para a Câmara Municipal, que seria um retorno à prática do jabá aqui no Poder Legislativo. É uma declaração séria do prefeito. Ele fala em corrupção na Câmara de Vereadores. Era para se ter uma investigação aqui e nada foi feito”, colocou.

“O prefeito tem sido infeliz em suas declarações. Ele não pode sair por aí dizendo que os vereadores se calem. Falta maturidade política no prefeito. O cargo dele não dá direito à prepotência. Se há indícios de irregularidade, a Câmara Municipal pode fiscalizar. É nossa obrigação. Não vou me calar com o que não concordo. Não fui eleito para me calar. Não é por ser oposição que sou contra tudo, votei com a LDO, por exemplo. Apenas, sou responsável”, frisou ainda Ricardo Barbosa.

Cícero Almeida foi defendido – no plenário – pelo líder da bancada governista Galba Novaes (PRB). O vereador Novaes destacou que se houvesse irregularidade em relação às sobras de campanha esta já teria sido detectada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

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