Fortaleza: mulher contrata o próprio assassino

Uma mulher de 30 anos foi morta com um tiro na cabeça em Fortaleza, após contratar o próprio assassino por R$ 500 e um laptop. É o que apontam as investigações conduzidas pela Polícia Civil do Ceará sobre a morte da comerciante Lidiana Severo de Oliveira. O corpo dela foi encontrado em um automóvel abandonado na área rural de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, na última quarta-feira (12).

Na véspera do assassinato, a mulher saiu mais cedo da concessionária de automóveis onde trabalhava e se dirigiu para uma região de comércio ambulante da capital em busca de seu algoz, segundo a polícia, que suspeita que ela estivesse aflita em razão de problemas financeiros e que estivesse também sob ameaças.

Um dos ambulantes que foram abordados pela comerciante aceitou a proposta. Preso, Ricardo do Nascimento Alcântara, 40, confessou o crime, de acordo com a polícia.

O delegado Andrade Junior, da divisão antissequestro, diz que câmeras do controle de tráfego da capital cearense mostram o momento em que o ambulante entra no carro da vítima, às 10h50, sem qualquer sinal de violência.

No depoimento, Alcântara disse ter sido levado para a casa de praia da mulher, a 60 quilômetros de Fortaleza, onde almoçaram e tomaram cerveja.

O suspeito disse ter recebido ainda um revólver calibre 38 e uma camiseta, para usar caso se sujasse com sangue. Além do dinheiro e do computador, ele ficou também com um brinco, um relógio e um cordão de ouro da vítima.

À polícia, o suspeito disse que a mulher chegou a deixar um bilhete que o inocentava, mas ele queimou a mensagem para não manter uma prova que o incriminasse.

Segundo o delegado, antes do crime Lidiana ainda telefonou para a irmã, pedindo que ela tomasse conta da filha, de 13 anos. A comerciante não era casada e não tinha seguro de vida, segundo a investigação.

A família diz considerar a história absurda, mas o delegado afirma ter 100% de certeza de que o crime foi encomendado por ela.

Para Andrade Junior, o fato de o assassinato ser um desejo da vítima não atenua a situação do suspeito. “Ele não tinha esse direito”, diz o delegado. “Ele deverá ser indiciado sob acusação de latrocínio ou homicídio doloso (com intenção).”

A polícia não soube informar o nome do advogado do suspeito. A reportagem tentou ouvir ontem à tarde defensores públicos da comarca de Caucaia, onde o caso deve ser julgado, mas o expediente já havia encerrado.

Fonte: Assessoria/JC Online

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