‘Morte de padre é ligada à orientação sexual’, diz GGAL

Maceió 40 GrausMarcelo Nascimento - representante do Grupo Gay de Alagoas

Marcelo Nascimento – representante do Grupo Gay de Alagoas

O assassinato do padre Hidalberto Henrique Guimarães, 53, ocorrido na madrugada da ultima sexta, é um crime ligado à homofobia (ódio aos homossexuais), disse o fundador do Grupo Gay de Alagoas e integrante da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT), Marcelo Nascimento.

Rafael Timóteo da Silva, 19 anos, conhecido como “Chiquechique” e um menor de 16 anos confessaram o crime e disseram que o padre foi morto por ter ameaçado os dois com uma faca para um programa sexual, na casa dele, no Santa Lúcia, bairro da capital alagoana.

“Não dá para se retirar isso de uma investigação, só porque tem que se preservar uma pessoa. O inquérito policial tem que ser transparente, para dar credibilidade”, afirmou Nascimento. Entre as características de um crime homofóbico está o desejo de vingança contra a vítima, segundo o fundador do GGAL.

“Se fosse um latrocínio, mataria-se o padre com um tiro ou uma facada. Mas, pelo número de facadas e o pescoço parcialmente degolado, não tinha dúvida: este crime foi homofóbico. Além disso, levam-se em conta as companhias. A Secretaria Nacional de Segurança Pública realiza cursos com delegados de todo o Brasil sobre as características de crimes homofóbicos. É fácil para um delegado distinguir isso”, contou.

O entendimento do promotor do núcleo de Direitos Humanos do Ministério Público Estadual, Flavio Gomes, é diferente. Segundo ele, pela lei, não existe um crime tipificado como homofóbico. “Pela característica deste crime, matou-se para roubar. Então, teve um roubo seguido de morte”.

A reportagem questionou o fato de o padre ter supostamente chamado os jovens a um possível programa. “Subjetivamente, a investigação pode constar que o crime era homofóbico. Mas, objetivamente segue-se a lei: roubo seguido de morte. O delegado pode fazer constar a homofobia em um inquérito”, afirmou.

Hidalberto Henrique Guimarães era formado em jornalismo e lecionava no Cesmac. A vítima exercia o sacerdócio há 17 anos.

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