Mais de 70 famíliasserão beneficiadas em Cajueiro
As 77 famílias do assentamento Loango, no município de Cajueiro (68 km de Maceió), começam, na próxima semana, a construir suas casas de alvenaria. Muitas ainda em taipas, algumas em barracos de lona, elas aguardavam ansiosas o sinal verde para o início das obras. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) autorizou hoje a liberação de R$ 1.155.000,00 para a construção das moradias, dividida em duas etapas.
As casas já serão construídas com o novo valor para a modalidade de crédito “material de construção”, que passou de R$ 10 mil para R$ 15 mil por unidade. O projeto arquitetônico prevê a disposição de seis agrovilas, divididas para atender as localizações dos lotes. A área total do assentamento passa dos 700 hectares. As casas estão projetadas para 112 metros quadrados de área coberta.
“Depois de três invernos no sofrimento, finalmente nós vamos garantir o nosso teto para o próximo, por isso que agora está todo o mundo animado por aqui”, afirma Francisco Antônio da Silva, presidente da associação de assentados. “É mais uma conquista porque vai ajudar a gente a cuidar melhor da nossa família e, assim, mais tranquilo, trabalhar e produzir mais”.
O representante dos assentados explica que as casas serão construídas em regime de autogestão. Não haverá empresa contratada. “A própria comunidade será responsável pela construção, com a contratação de mão-de-obra, dando preferência para os pedreiros do próprio assentamento e fiscalizando com o Incra a qualidade da obra”, diz o presidente.
“Agora é que é o começo de tudo”, diz, com um sorriso no rosto, a agricultora Rosilene Paulino dos Santos. Rosa, como é conhecida, tem 43 anos e trabalha na roça desde os 13. Ela e o marido produzem em um lote de 6 hectares, onde plantam abacaxi, inhame, macaxeira, fava, banana, abóbora, melancia e, na época, milho e feijão. “Além disso, já temos oito pés de coco plantados, mais 40 na sementeira”.
Rosa explica por que, apesar de já estar produzindo, considera a construção das casas “o ponta-pé” inicial. “Daí é que a gente vai botar os pés no chão e preparar o futuro da nossa família, agora debaixo de um teto”, afirma Rosa, ao lado do marido, em frente à casa de taipa que fica na localização da principal agrovila, onde será levantada a sede da associação.
Etapas
O chefe da Divisão de Desenvolvimento do Incra, Estevão Oliveira, informou que os recursos serão descentralizados por etapa. Na primeira serão construídas 40 casas. Logo após a fiscalização e comprovação da aplicação correta dos recursos, serão liberadas as outras 37 unidades. “Estamos confiantes no regime de autogestão porque tem dado certo em outros assentamentos, tanto do ponto de vista técnico como financeiro”, argumenta Oliveira. “Todos fiscalizam todos, e o resultado é um maior controle de qualidade”.
Loango é um assentamento próximo à cidade. Fica na entrada de Cajueiro. O imóvel pertencia à Companhia Açucareira Usina Capricho e foi desapropriado pelo Incra em 2006. Hoje, abriga 77 famílias já assentadas e aptas ao crédito e à assistência técnica. O assentamento tem capacidade para mais dois lotes, que serão destinados a famílias de posseiros e rendeiros da fazenda.
