Na tentativa de buscar soluções para os problemas enfrentados pelos bombeiros e policiais militares alagoanos, os representantes do Movimento Unificado dos Militares de Alagoas estiveram reunidos com o Governador Teotonio Vilela Filho. Durante a reunião, que aconteceu no Palácio República dos Palmares, os militares apresentaram as propostas debatidas no encontro realizado na manhã de segunda-feira, 16, entre os representantes de todos os seguimentos ligados à segurança pública.
“Após a morte do policial civil Anderson o clima na segurança ficou acirrado e insustentável. Este ano já tivemos mais de mil homicídios. Os índices de criminalidade estão elevados e precisamos buscar alternativas para reduzi-los”, afirmou o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (ASSOMAL), Major Welligton Fragoso.
Entre os assuntos discutidos estão as excessivas escalas de serviço, promoções de oficiais e praças, pagamento de horas-extras, a inclusão de trabalhadores da Segurança Pública no Conselho Estadual de Segurança, reajuste salarial (datas-bases e resíduo de 7%), retorno dos militares da reserva para fazer guarda patrimonial, falta de estrutura de trabalho e contração da reserva técnica.
“Comando nos informou que a determinação do Governo seria não promover os militares, por causar um impacto financeiro de R$ 16 mil aos cofres do Estado. No entanto, a maioria dos militares já recebe como estivesse promovido, o que falta apenas é ser legitimado. A promoção é lei. Conforme o tempo passa vai gerando gastos ao Estado, já que, o pagamento é retroativo”, disse o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas (ASSMAL), sargento Teobaldo de Almeida.
O sargento apresentou ainda uma proposta que passa a atual escala de 12 por 24 ou 24 por 48 para 24 por 72 e 12 por 48. Para ele, a escala atual é desumana e o cansaço contribui para atendimento de péssima qualidade a sociedade.
Após as explanações, o governador explicou que Alagoas está no limite estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal e qualquer gasto extra pode prejudicar o Estado. “Se passarmos um centavo sequer seremos impedidos de retirar empréstimos tão importantes para Alagoas. Quando falo que não temos recursos para pagar o 13º salário, estou tendo coragem de ser transparente. Hoje, estamos completando o pagamento dos servidores com o corte no custeio, como gasolina, café e tinta. Mas irei olhar com toda atenção às propostas apresentadas”, afirmou Téo Vilela.
O governador se comprometeu em entrar em contato com os líderes militares no prazo de 15 dias para anunciar o posicionamento oficial sobre as questões apresentadas.
Reserva Técnica
Enquanto os representantes do Movimento Unificado dos Militares de Alagoas estavam reunidos com o governador, a Reserva Técnica da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros fazia um apitaço em frente ao Palácio para cobrar do Estado à contratação imediata.
Sobre a reserva técnica, Téo Vilela reconheceu que os concursados são qualificados e admite a importância da contratação da categoria. “A maioria possui nível superior e seria muito bom para o Estado. Quando eu tiver uma folga, a reserva técnica será minha prioridade”, afirmou o governador.