PF vê relação entre dinheiro na casa de Arruda

Relatório da Polícia Federal indica que o dinheiro apreendido durante a Operação Caixa de Pandora na sala de trabalho do então chefe de gabinete do governador José Roberto Arruda (sem partido) veio de empresas que pagavam propina no esquema do mensalão do DEM. Essa sala de Fábio Simão fica em um anexo da residência oficial de Arruda.

A PF, em relatório entregue anteontem ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), diz que apreendeu dinheiro com a mesma série tanto na sala de Simão como nas empresas Vertax e Adler, que pagaram propina ao suposto esquema Arruda, segundo Durval Barbosa, que revelou o mensalão.

Em outubro, Barbosa entregou à PF cerca de R$ 400 mil recebidos das empresas Adler, Vertax e Infoeducacional e Linket. A PF anotou os números de série e marcou com tinta invisível parte das notas. Depois devolveu a Barbosa que distribuiria a pessoas indicadas pelo governador.

Quando a Caixa de Pandora foi deflagrada, um mês depois, a polícia apreendeu uma quantia maior, cerca de R$ 700 mil –parte dessa quantia foi encontrada na sala de Simão.

Uma perícia final deve apontar se os R$ 400 mil apresentados por Barbosa fazem parte do total apreendido na operação.

Além do dinheiro encontrado na sala do chefe de gabinete de Arruda, outra parte também foi apreendida na casa de Domingos Lamoglia, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do DF e ex-chefe de gabinete de Arruda. "Temos fortes indícios que o dinheiro marcado é o mesmo que foi encontrado na casa", diz relatório da polícia. Lamoglia e Simão negam envolvimento no esquema do mensalão distrital.

O Ministério Público pediu nova perícia no dinheiro apreendido para confirmar a ligação entre dinheiro e investigados. Os procuradores querem um "estudo de probabilidade e estatística", a fim de atestar se é possível que as notas apreendidas, apesar de serem de mesma série, não sejam o mesmo o dinheiro que foi entregue por Barbosa. O resultado da perícia será mantido sob sigilo.

O ministro Fernando Gonçalves, do STJ, atendeu ao pedido pela nova perícia. O STJ determinou ainda que a Secretaria de Fazenda do Distrito Federal forneça em dez dias a lista e valores pagos a empresas da área de informática desde 2007 no governo Arruda, inclusive com as ordens bancárias.

Fonte: Folha Online

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