Procurador fala sobre início dos trabalhos de auditoria da folha do Legislativo

Sionelly Leite/Alagoas24horasIntegrantes da Comissão de Auditagem se reúnem com presidente da ALE, Antonio Albuquerque

Integrantes da Comissão de Auditagem se reúnem com presidente da ALE, Antonio Albuquerque

De acordo com o procurador do Estado, Augusto Galvão, que integra a comissão de auditagem da folha salarial da Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas, o primeiro passo da comissão será a análise de documentos relacionados à folha de dezembro de 2007 – a última paga antes de estourar a Operação Taturana, desencadeada pela Polícia Federal, e que fiscaliza uma possível rede criminosa que desviou R$ 200 milhões nos últimos anos, por meio de fraudes na relação de servidores do Legislativo, detectadas pela Receita Federal.

Galvão frisou que ainda não há um cronograma e que os procuradores iniciarão “os trabalhos no escuro” por conta de não terem tido contato anterior com as folhas salariais do Poder Legislativo. O procurador ainda destacou que é “humanamente impossível analisar todas as folhas salariais pagas desde 2003”, como foi sugerido pelo presidente Antônio Albuquerque.

“Nós vamos, primeiramente, analisar a folha de dezembro de 2007 e a partir daí, por amostragem, trabalharemos em cima de folhas dos anos anteriores. Seria humanamente impossível analisar todas as folhas desde 2003. Somos três procuradores, então seriam 65 folhas. Suponhamos que a Assembléia Legislativa possua dois mil servidores, seriam então 130 mil documentos a serem vistos pela comissão de auditoria. Definitivamente não dá”, explicou o procurador.

Em um primeiro momento, a comissão – ainda conforme explicou Galvão – irá solicitar os documentos necessários. O procurador salientou que já houve reuniões prévias, mas que os trabalhos oficialmente se iniciarão a partir da publicação da portaria que institui a comissão formada por três procuradores do Estado, sendo Augusto Galvão representante da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas.

“Já tínhamos discutido previamente as formas de operar e fazer as análises, mas oficialmente nossos trabalhos começam agora, com solicitação de documentos, estabelecendo prazos para serem entregues e cobrando a máxima transparência possível. Acredito que ninguém aqui quer a irregularidade”, disse ainda. O procurador ressaltou que se houver necessidade será solicitada a presença de outros órgãos. “A Controladoria Geral, por exemplo, será solicitada. Se tivermos dificuldades buscaremos apoio”.

No entanto, Galvão frisou que não haverá necessidade de pedir ajuda a Receita Federal ou Polícia Federal. “Não tem nada a ver o trabalho deles com os nossos. Aqui nós buscaremos a forma como se dá a folha salarial da Assembléia Legislativa, sem expectativas, até porque não podemos acusar sem provas. Examinar os cargos e ver o que está correto. Não posso antecipar se, durante o processo, haverá exoneração. Caso constatado irregularidades, sim, mas não faremos ilações”, concluiu.

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos