Sindpol afirma que a trégua acabou

Priscylla Régia / Alagoas 24 Horas

A assembléia dos policiais civis realizada na tarde desta terça-feira, 22, no Sindicato dos Urbanitários terminou em protesto. Isto por que ao deliberar a manutenção da greve, os policiais decidiram também retomar os protestos e atos públicos que foram suspensos há mais de um mês, enquanto a categoria aguardava uma proposta do Governo do Estado.

Após a assembléia os policiais seguiram em passeata para a porta do Palácio República dos Palmares, com carro de som e faixas, gritando palavras de ordem. O protesto, segundo grevistas, seguirá pelas ruas do Centro e deverá parar em frente a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seccional Alagoas e em outros prédios públicos.

Durante a passeata um pequeno tumulto tirou um pouco da atenção dos manifestantes. Um indivíduo que conduzia uma Paraty branca avançou com o carro sobre os policiais, o que gerou confusão. Após alguns minutos de discussão e troca de insultos, o condutor deixou o local.

José Edeilto, diretor do Sindpol, explicou que a passeata de hoje representa a retomada dos protestos. Ainda de acordo com ele, o fim da trégua se deu por que o Governo não cumpriu a promessa de apresentar, até o dia 20 de janeiro, nem tampouco se justificou.

“O Governo está omisso com as questões de segurança. Nas últimas 24 horas foram registrados 18 homicídios em Alagoas. Este é um Governo criminoso, que despreza o movimento da Polícia Civil", disse o sindicalista.

Quanto ao carnaval, Edeilto afirmou que "infelizmente, a categoria continuará de braços cruzados, mantendo apenas os 30% exigidos por lei”.

Programação

Nova reunião do Comando de Greve está marcada para amanhã, às 15 horas, do Sindpol, onde irão discutir o calendário das atividades.

Já na próxima quinta-feira, a categoria realiza um café da manhã, na porta do Palácio, a partir das 8 horas.

Incêndio

Na manhã de hoje o secretário de Gestão Pública Adriano Soares posicionou-se contrário a proposta do Conselho Estadual de Segurança de conceder aumento aos policiais civis, independentemente da aceitação dos valores propostos à categoria.

Segundo ele, "conceder aumento a grevistas, permitindo a continuidade da greve, é um prêmio aos servidores parados. Estimula, na prática, a dilação da greve sem resolver o problema. Não se apaga um incêndio colocando gasolina nas chamas".

Para ele, "o Governo fez um esforço enorme ao apresentar uma proposta com começo, meio e fim, mas ela foi rejeitada pelo Sindpol. Agora, não é implantando aquela proposta recusada que a greve acabará; pelo contrário, a tendência é que ela fique ainda mais forte”.