Sem coveiro, corpo é deixado na porta do cemitério

Alagoas 24 HorasCorpo dentro do carro, sob sol quente, e já com mau cheiro

Corpo dentro do carro, sob sol quente, e já com mau cheiro

Um imbróglio burocrático provocou uma situação no mínimo constrangedora no Cemitério Nossa Senhora do Ó, localizado no Distrito de Ipioca, grande Maceió. No começo da tarde deste sábado, o funcionário da Associação das Funerárias de Alagoas, Manoel, foi impedido de realizar o seu trabalho, ele deveria entregar o corpo de uma pessoa não identificada, que deveria ser sepultada no cemitério. Além de algumas peças (restos mortais) de outro corpo.

Segundo o administrador do cemitério, José Araújo, que está na administração desde 2005, o Cemitério Nossa Senhora do Ó possui apenas um coveiro, que trabalha de segunda à sexta-feira, o que impediria a realização de sepultamentos aos sábados, domingos e feriados.

José Araújo, mais conhecido como Bila, garantiu que tanto a associação, como a direção da Unidade de Emergência saberiam da impossibilidade de realizar sepultamentos no cemitério nos fins de semana. Perguntado como aconteceria se uma pessoa da comunidade falecesse em um desses dias, José Araújo informou que sempre mantém uma cova aberta para estas situações e que o funcionário do cemitério, que reside no bairro, é imediatamente acionado.

Bila disse que não aceitaria o corpo do indigente e que ele deveria ser encaminhado à geladeira do Instituto Médico Legal Estácio de Lima e, na próxima segunda-feira, ser trazido para o sepultamento.

A reportagem do Alagoas24horas entrou em contato com a responsável pela Associação das Funerárias, que providenciou o caixão e encaminhou o corpo, Mércia Soares, e esta informou que tudo não passava de má vontade do administrador.

Segundo Mércia, não existe qualquer comunicado oficial informando a impossibilidade de sepultamento de indigentes nos fins de semana e feriados e ainda ironizou. “Isso é um absurdo, não existe dia para morrer”.

O administrador disse à reportagem que possuía o respaldo da Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU), responsável pela administração dos cemitérios públicos da capital, para tomar esta atitude.

Carnaval

Durante o Carnaval deste ano, o mesmo cemitério foi o cenário de mais uma confusão envolvendo sepultamento de indigentes. Um homem afirmando ser policial, abandonou um corpo do Cemitério Nossa Senhora do Ó.

Revoltada com o mau cheiro, a comunidade chegou a ameaçar o condutor do veículo que levou o corpo. “Aqui é uma comunidade pequena, todos se conhecem e a taxa de mortalidade é baixa, o que permite que tenhamos apenas um funcionário, mas isso impossibilita os sepultamos fora dos dias em que ele trabalha”, finalizou José Araújo.

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