Acúmulo de gases de morto causa tumulto

Quando tudo levava a crer que se trataria de um milagre em plena Sexta-Feira Santa, fato que já mobilizava boa parte dos mais de 40 mil moradores do bairro da Jaderlândia, em Castanhal, na verdade o que aconteceu foi que não passou de acúmulo de gases no corpo do mecânico de bicicletas Antônio da Silva Ramos, de 61 anos.

Por volta das cinco horas da madrugada de ontem, Antônio foi vítima de um ataque cardíaco. Rapidamente socorrido pelos filhos, ele foi levado ao hospital municipal de Castanhal, onde faleceu pouco tempo depois. Tinha sido o segundo ataque do coração do mecânico. Levado para sua residência, na rua Adailson Rodrigues n° 643, o bairro mais populoso do município, seu corpo estava sendo velado pelos parentes e amigos, quando alguns dos presentes perceberam que a boca do defunto estava se mexendo.

Um filho dele, o lanterneiro José Carlos, de 31 anos, contou que tocou no pescoço do pai e sentiu ele pulsando. Outras pessoas viram um dos pés de Antonio Ramos de mexer. Foi um corre-corre, a choradeira passou a ser de esperança pela ressurreição do mecânico. Os filhos prontamente retiraram seu corpo de dentro do caixão, e o levaram de volta ao hospital municipal. A notícia logo correu rápido entre a vizinhança. Centenas de pessoas foram para a casa de Antonio, onde começaram as rezas e as conversas em torno de um possível milagre. Será que um novo Lázaro surgia no nordeste paraense, ressuscitado por Jesus Cristo?

Mas assim que chegou ao hospital, um médico examinou o corpo do mecânico e constatou que, de fato, ele estava mesmo morto. E que os movimentos percebidos pelos que estavam presentes ao velório não passaram de contrações provocadas por alguns nervos e pelos gases que ainda estavam no abdome do falecido. Desfeita as dúvidas e perdidas as esperanças de que o mecânico voltasse a viver, restou aos familiares de Antonio levar o corpo de volta para casa, prosseguir com o velório e, por volta das 17h de ontem, sepultá-lo.

A enfermeira chefe do hospital, de prenome Vanessa, disse ontem que não estava autorizada por um homem que ela disse se chamar Sales, seu superior, a dar nenhum informação sobre o caso. Que era para manter tudo em absoluto sigilo. E por isso não foi possível obter detalhes mais técnicos sobre as causas dos movimentos pós-morte de Antonio Ramos.

O Liberal/Belém

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