Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, que morreu no último sábado (29) ao cair do sexto andar de um prédio na Zona Norte de São Paulo, completa 24 anos neste sábado (5). É a primeira vez em cinco anos que ela passa o aniversário sem a filha.
Pela manhã, Ana Carolina, amigos e familiares participaram de uma missa particular, em São Paulo. Todos vestiam uma camiseta com a foto de Isabella, que dizia: “Isabella para sempre nossa estrelinha".
Ao chegar em casa, a bancária falou com a imprensa. Ana Carolina declarou que não quer ver ninguém triste, porque Isabella não gostava de ver ninguém chorando. Ela confirmou, ainda, que participará de uma ONG criada para combater a violência, para que ninguém passe pelo que ela está passando.
A mãe de Isabella também recebeu abraços e homenagens de pessoas que lotaram a porta de sua residência. Ela guardou carinhosamente cada faixa que recebeu dos amigos. Sua página no site de relacionamentos Orkut amanheceu com uma série de mensagens de solidariedade e cumprimentos por seu aniversário.
A missa de sétimo dia de Isabella, celebrada na noite dessa sexta-feira (4), na Igreja Nossa Senhora da Candelária, recebeu centenas de pessoas.
Versão do casal – Segundo o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella, que desde o início se declaram inocentes, o autor do crime pode ser alguém do prédio onde a família mora, com quem o pai de Isabella teria se desentendido. A história contada por Alexandre e Anna Carolina é a de que, ao chegar da rua, ele subiu com Isabella para o apartamento, no 6º andar, deixou-a dormindo no quarto dela e voltou à garagem para pegar a mulher e os outros dois filhos.
Na volta, teriam notado que a menina não estava na cama. Em seguida, teriam visto a tela da janela do quarto dos meninos cortada e descoberto a tragédia.
Os dois divulgaram cartas à imprensa nas quais se dizem inocentes em relação à morte da garota e expressam o amor que sentiam pela menina.
INVESTIGAÇÃO – O promotor de justiça Francisco Cembranelli, responsável no MPE (Ministério Público Estadual) pela investigação da morte de Isabella, declarou, em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (4), que a versão do casal é fantasiosa. “Eu adianto, sem entrar em uma análise profunda, que é uma história fantasiosa”, afirmou.
Segundo o promotor, as versões apresentadas pelo casal e pelas testemunhas apresentam muitas contradições. “Não posso enumerar as contradições, mas existem muitas. A versão dada pelos suspeitos são rechaçadas pelas testemunhas. São versões opostas, que não se completam”, afirmou. Na opinião do promotor, será necessária uma acareação entre Nardoni, Jatobá e outras testemunhas.
Cembranelli descartou completamente a hipótese de acidente. “A não ser que surja um fato inédito, tudo indica que estamos diante de um crime. O que estamos tentando apurar é de quem é a responsabilidade”, explicou.
Ele disse ainda que além das pessoas que serão ouvidas pela primeira vez, aquelas que já deram depoimentos poderão ser chamadas novamente. “Não queremos responsabilizar inocentes, não é este o objetivo do Ministério Público. Queremos apenas a verdade”, frisou.
Fonte: Diário do Grande ABC
