Obama ironiza debate com Hillary

O senador Barack Obama, pré-candidato democrata à Casa Branca, ironizou nesta quinta-feira o debate de ontem entre ele e a senadora Hillary Clinton, rival pela indicação do partido para a disputa presidencial norte-americana.

— Serviu para provar que eu posso suportar os golpes dos republicanos. Demorou 45 minutos para que fizessem a primeira pergunta relevante — disse o senador.

George Stephanopoulos, um dos mediadores da ABC, se defendeu das críticas.

— De uma maneira geral, foram perguntas relevantes e pertinentes. Fizemos nossa parte. Nosso trabalho é fazer as perguntas. O dele (Obama) é correr atrás dos votos — disse o apresentador, que lembrou que Hillary também passou por momentos complicados.

No debate, Hillary e Obama tentaram explorar gafes e deslizes um do outro. Transmitido pela rede de TV ABC, foi o 21º encontro entre os dois e atraiu uma audiência recorde de mais de 10 milhões de telespectadores.

Precisando vencer as primárias de terça-feira por uma boa margem, a performance de Hillary não foi suficiente para ampliar a pequena vantagem que a senadora tem nas pesquisas de opinião.

Necessitando de uma vitória na Pensilvânia para enterrar de vez a candidatura de Hillary, Obama passou a maior parte do tempo na defensiva e também não foi capaz de desferir um golpe decisivo na adversária.

Durante o debate, Hillary relembrou todos os pontos negativos do adversário. Falou sobre a recente declaração de Obama, que afirmou na semana passada que os trabalhadores de pequenas cidades da Pensilvânia estão frustrados com a economia e, por isso, recorrem a armas e à religião.

A senadora também trouxe à tona a ligação de Obama com o reverendo radical Jeremiah Wright. Obama também foi pressionado pelos mediadores da ABC, que tentaram colocar o senador contra a parede.

Os apresentadores Charles Gibson e George Stephanopoulos questionaram sua ligação com William Ayers, ativista político dos anos 60 acusado de tentar explodir prédios do governo.

O senador disse que conhece Ayers, que também é de Chicago, mas que não poderia se desculpar por todas as pessoas que ele conheceu no passado e que fizeram alguma coisa de errado.

Além disso, Obama questionou o fato do marido de Hillary, o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, antes de deixar a presidência ter perdoado alguns integrantes da Weather Underground, organização da qual Ayers fazia parte.

A rede ABC, que sofreu críticas de analistas, telespectadores e da imprensa americana por ter sido favorável a Hillary, colocou em dúvida o patriotismo de Obama ao levar para o debate uma pergunta sobre o fato de o senador supostamente nunca usar um broche com a bandeira americana.

— Eu não estaria aqui hoje se não amasse este país — respondeu o senador.

Embora menos freqüentemente, a senadora também passou por momentos constrangedores. Respondendo a um telespectador, que afirmou ter mudado o voto depois que Hillary mentiu sobre ter corrido risco de vida quando visitou a Bósnia, a senadora admitiu que exagerou.

— Eu errei, fiquei constrangida pelo erro e já pedi desculpas — disse.

No fim do debate, questionada sobre a elegibilidade de Obama, pela primeira vez a senadora admitiu que seu rival é capaz de derrotar o republicano John McCain nas eleições de novembro.

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