Travesti do caso Ronaldo vai lançar livro

Rio – Detalhes mais quentes do encontro do jogador Ronaldo Fenômeno com três travestis na Barra da Tijuca deverão vir à tona em breve. As revelações farão parte de um livro que o pivô da confusão, a transexual Andréia Albertini, está escrevendo. Ela promete divulgar histórias picantes vividas com atores e empresários.

“Na minha autobiografia, vou contar detalhes, e não só desse encontro (com Ronaldo). Já saí com vários famosos, mas ele foi o único que me deu calote. Vai ser o maior ‘bafão’, vocês vão ver”, avisou Andréia.

“Já peguei de tudo. Anônimos, famosos, gente que freqüenta as páginas de jornais. É um leque”, garante a transexual, que, em entrevista exclusiva a O DIA, deixou escapar um dos casos mais inusitados que viveu.

“Uma vez um cliente me pegou na Avenida Sernambetiba, na Barra, e me levou para sua casa. No meio da transa, a mulher dele chegou. Tive que sair correndo, mas ele me escondeu embaixo da cama. Passei três dias lá até conseguir sair. Ele levava lanchinhos. O pior aperto era para fazer xixi. Ele ficou tão agradecido pelo meu sacrifício, que até me pagou R$ 1.500 pelo programa”, revela ela, que cobrava R$ 100 por hora.

A obra, ainda sem título, vai traçar a trajetória de Andréia desde sua infância humilde em São Paulo até o momento em que resolveu assumir sua opção sexual, aos 12 anos de idade. As experiências difíceis do dia-a-dia de um travesti também serão lembradas.

“Nossa vida é não é nada fácil. Passamos por humilhações, tentativas de agressões, pessoas que querem tirar onda com nossa cara na rua. No inverno, quase congelamos em frente à praia. Mas também temos sonhos e ideais. Somos iguais a todo mundo”.

Andréia corre o risco de ser indiciada por tentativa de extorsão e furto do documento do carro de Ronaldo. Ela e mais dois travestis entraram em motel da Barra com ele na madrugada de segunda-feira e o caso foi parar na 16ª DP (Barra). O craque garante que não transou com nenhum dos três.

Aluna aplicada em projeto da prefeitura

O diploma obtido com louvor na Secretaria Municipal de Ação Social não teve muito valor fora das salas do Projeto Damas, pelo qual Andréia passou há cerca de três meses. A travesti estagiou no setor de Direitos Humanos e teve um desempenho digno de elogios, garante o secretário Marcelo Garcia.

“Assim que estourou o escândalo, fui avaliar a ficha da Andréia. Foi uma boa aluna, comportada, e com ótimo desempenho”, afirmou Garcia. Segundo ele, antes de ir para o atendimento ao público no órgão, Andréia passou pelo Projeto Damas, que ajuda travestis a tirar documentos e resolver pendências judiciais ou com a polícia, além de capacitar em cursos como de recepção e de informática.

Garcia lamentou a volta de Andréia para as ruas. “A capacitação é justamente para ajudar os travestis a arrumar um emprego digno. Ninguém gosta de passar a noite no frio, exposto a toda sorte. Mas a vida às vezes é dura. Pelo que vejo, o estágio acabou e ela não conseguiu entrar para o mercado formal. O preconceito é grande”.

Andréia passou seis meses sob a tutela do projeto social, onde recebeu R$ 290 por mês pelo estágio.

O DIA/RJ

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