Movimentos criam comitê em favor da paz

Representantes da sociedade civil, organizações não-governamentais, movimentos sociais e religiosos elegeram nesta terça-feira, 13, o primeiro Comitê Executivo para consolidar ações e estratégias no combate aos atuais índices de criminalidade no Estado, em favor da paz e pela vida, com foco nos homicídios que envolvam adolescentes e jovens no consumo de drogas, principalmente o crack.

"O comitê será protagonista de projetos que envolvam mobilização comunitária, políticas públicas de governo, e campanhas de promoção da cultura cidadã, pela paz e o direito à vida. Entre os programas pontuais que estão sendo construídos está o Programa Paz & Desenvolvimento, uma parceria entre os governos federal e estadual, e os movimentos pela paz e contra a criminalidade no Estado", assinala a assistente social e coordenadora do Comitê Executivo, Simone Sampaio, que lidera o grupo de mães que tiveram filhos mortos pela violência em Alagoas.

De acordo com Simone, entre as primeiras ações do Comitê Executivo estão a sistematização de todas as propostas tiradas em reunião de lideranças dos movimentos sociais e religiosos, que lotaram ontem 13 o auditório da Secretaria de Estado do Planejamento e do Orçamento (Seplan), e a construção de um diagnóstico e ações que vão integrar o projeto Paz e Segurança, que deve fazer parte do Programa Nacional de Segurança e Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça.

O grupo terá apoio de técnicos e gestores das secretarias de Estado envolvidas no projeto (Planejamento e Orçamento, Cidadania e Direitos Humanos, Defesa Social, Ação Social, Educação, Trabalho e Renda), e programas internacionais de combate à violência, como o da Cultura Cidadã, realizada pelo ex-prefeito de Bogotá, capital da Colômbia, Antanas Mockus, que conseguiu reverter de forma espetacular – com ações inovadoras – os índices de violência e criminalidade na cidade.

A idéia é adaptar o projeto, que tem como base as idéias do professor Antanas Mockus e aplicá-las em bairros de Maceió, já definidos no projeto, que têm alto índice de homicídio de jovens vítimas do tráfico e consumo de drogas – Jacintinho, Vergel do Lago e Benedito Bentes. O objetivo é desenvolver ações que promovam políticas públicas, mobilização da comunidade, protagonismo local e parcerias institucionais no combate à violência contra jovens vítimas do tráfico de drogas, principalmente o crack, que responde, em Maceió, por 80% dos casos de homicídio entre adolescentes na faixa de 14 a 28 anos.

O Comitê Executivo do movimento em favor da paz e pela vida é composto por representantes do Movimento das Mulheres, as ONGs Quintal Cultural e Saudáveis Subversivos, Comunidade Católica Nova Jericó, Fórum Permanente de Combate às Drogas, Movimento pela Paz (MovPaz), Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), Núcleos de Estudo contra a Violência da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Entre as propostas tiradas na reunião ocorrida ontem, e que devem ser discutidas no próximo encontro, sexta-feira, 16, estão, a divulgação maciça na mídia das estatísticas sobre homicídios envolvendo jovens e drogas em Alagoas; dar visibilidade aos testemunhos de dependentes de drogas que conseguiram superar o problema, traçar o perfil do jovem e do adolescente morto em conseqüência do tráfico; investir em programas pela paz e contra a violência que já existam em todas as esferas governamentais e não-governamentais; criação de fundo de ajuda imediata a pais pobres que tenham filhos "reféns" do tráfico; aumentar o números de locais e centro de tratamento e prevenção de drogas e drogados e dependentes químicos.

"Quem deve pensar esse projeto são os atores do próprio lugar. Cabe ao Estado ser capaz de mobilizar as forças locais e apóia-las, mas o projeto não pode ser do Governo, porque eles são temporários, já a comunidade é permanente. Ela deve se sentir protagonista e exigir do Governo apoio aos seus projetos", completou a coordenadora Simone Sampaio.

Fonte: Assessoria

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