Médicos alagoanos ameaçam descredenciamento do SUS

Aproximadamente 300 médicos do Estado de Alagoas continuam prestando serviços para o Sistema Único de Saúde (SUS). O número poderá diminuir ainda mais caso não haja avanço nas negociações da categoria com os gestores municipais e estaduais de Saúde acerca da complementação do valor da tabela do SUS pago pelo Governo Federal.

Nesta segunda-feira, 19, os médicos estiveram reunidos em assembléia geral, realizada no Sindicato dos Médicos, para deliberar a paralisação para o dia 1° de julho. Na ocasião, a categoria resolveu suspender o atendimento aos pacientes de médio e alto risco e a marcação de cirurgias.

De acordo com Wellington Galvão, presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed), os profissionais que atendem de forma autônoma pelo SUS reivindicam equiparação na tabela do SUS com a tabela paga pelos planos de saúde. “Nosso lema é ‘CBHPM no SUS’. A CBHPM remunera os procedimentos dos convênios, ou seja, se o trabalho é igual, a remuneração também deve ser igual”, explicou Galvão.

Segundo o presidente do Sinmed, o valor pago pelos planos de saúde é dez vezes maior que o valor pago pelo SUS e isso tem causado desinteresse no Sistema Único de Saúde, que chega a pagar R$ 5 por consulta. “O valor dos procedimentos variam. Um pediatra ou clínico geral podem receber até R$ 2,48 por consulta, assim como uma consulta com especialista custa R$ 7,50, destes apenas são repassados R$ 5 para o médico”, afirmou Galvão acrescentando que a mesma consulta vale R$ 280 na tabela dos planos de saúde.

O Ministério da Saúde, responsável pela tabela de procedimentos, descartou qualquer acréscimo aos valores estabelecidos e sugeriu que os médicos procurassem entendimento com os gestores municipais e estaduais de Saúde para que complementem os valores da tabela. “Se nos próximos 40 dias não houver entendimento, cancelaremos o atendimento e a marcação de cirurgias”, ressaltou.

Estarão mantidos os atendimentos essenciais, como hemodiálises e casos extremos de cirurgias cujos pacientes corram risco de morte. “Não queremos que a população seja ainda mais prejudicada pela falta de comprometimento do Governo com a categoria. Tem médico que tem cirurgia marcada até novembro, o que demonstra a carência do sistema. Esta é uma luta pela melhoria do atendimento à população”, completou.

Novas assembléias gerais e nas unidades de saúde estarão ocorrendo no decorrer da semana.

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