Interpol procura português que sumiu com filha

O português Jorge Manuel Fernandes da Silva Marques, 33 anos, está sendo procurado pela Interpol – organização policial internacional – sob acusação de seqüestro da própria filha, a baiana Letícia Araújo, de apenas 3 anos. Nascida em Vitória da Conquista, sudoeste do Estado, a 509 km de Salvador, a criança foi autorizada pela juíza Danielle Khouri, em 12 de dezembro do ano passado, a viajar com o pai e passar três meses em Portugal.

A viagem aconteceu dois dias depois da autorização judicial. Seis meses depois, a cabeleireira Fabiana Araújo, 32, mãe da criança, desconhece o paradeiro da filha. O caso passou a ser tratado como seqüestro de incapaz devido ao descumprimento da autorização judicial.

O drama da mãe se agrava pelo fato de o pai ter cortado todos os canais de comunicação com o Brasil, seja por Internet, correspondência normal ou telefone. “Cada dia que passa dói muito sem minha filha. Tenho medo de ela me esquecer”, lamenta a mãe.

O advogado de Fabiana, Gustavo Magalhães, disse que entrou em contato com a autoridade central de Portugal com base no Tratado de Haia, responsabilizando o Brasil pela conciliação entre as partes. Ele informou que até então não obteve resposta. O procedimento agora é uma ação na Justiça Federal de busca e apreensão de menor de idade.

CHANTAGEM – A cabeleireira conheceu o mestre-de-obras por telefone, em 2003, apresentado por uma amiga brasileira que morava em Portugal. Após diversos contatos ele foi convidada a conhecer o país e ficou três meses em terras lusitanas. “Minha intenção era morar em Portugal, mas eu não queria deixar minha filha de 12 anos no Brasil”, relata Fabiana.

Ela retornou ao Brasil para levar a filha, porém não obteve permissão do pai da garota. “Voltei para Portugal, passei mais três meses e nesse período engravidei de Letícia”. A criança nasceu em Vitória da Conquista e o pai português fez questão de registrá-la no Brasil.

Depois o casal e a criança foram para a Europa e a cabeleireira ficou por mais quatro meses. “Não me adaptei lá e voltei para a Bahia, mas ele sempre vinha nos visitar”, lembra. Numa dessas visitas, em dezembro do ano passado, ele ganhou a confiança da mãe. Por meio de autorização judicial, o pai levou Letícia para o que seria m passeio de três meses. “Nesse período ele me ligava, mandava E-mail e ligava a câmera do computador pra eu ver minha filha”.

A troca de amabilidade terminou quando a mãe se recusou a enviar autorização e documentação para a dupla nacionalidade de Letícia. “Fiquei com medo de ele registrar minha filha e sumir de vez, então ele começou a me chantagear, dizendo que nunca mais eu veria a menina”.
Contatos cortados, o português, que reside na Costa de Caparica, região litorânea do País, vive escondido com a criança, supostamente criada por uma madrasta e outros três filhos, de 9, 11 e 13 anos de idade. “Não durmo direito. Estou sofrendo muito e minha agonia só acaba quando eu abraçar ela de novo”, finaliza.

A TARDE/SALVADOR

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