‘Fernando Toledo está num mato sem cachorro’, diz Malta

Priscylla Régia/ArquivoVanessa Alencar

Vanessa Alencar

“O deputado Fernando Toledo, presidente da Assembléia Legislativa de Alagoas, está num mato sem cachorro. Ele não se entende nem com os servidores, nem com os deputados, e não está tendo poder para tomar as decisões, porque está sendo pressionado pelos outros membros da Mesa Diretora”.

Com essas palavras o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Legislativo, Ernandi Malta, respondeu o que pensava sobre a possibilidade de os débitos trabalhistas da ALE se transformarem em precatórios.

“A idéia não interessa a categoria. Ou ele negocia com a classe ou as sessões continuarão sem acontecer”, complementou Malta na tarde desta quarta-feira, quando servidores do Poder Legislativo, com o apoio de representantes de outros sindicatos e movimentos sociais, conseguiram impedir mais uma vez a realização de sessão da ALE no prédio da Associação Comercial de Maceió, em Jaraguá.

Com relação ao despacho da desembargadora Elisabeth Carvalho, que dá um prazo de 48 horas para que o presidente da ALE pague o saldo de 70% do 13° salário de 2006 dos servidores da Casa, Malta diz que, embora o parlamento alagoano tenha a prática de desrespeitar o Tribunal de Justiça, acredita que desta vez a decisão será cumprida, até em razão da ameaça de bloqueio de contas.

Retaliações

Ernandi também classificou de ‘mesquinha’ a atitude da Mesa Diretora de cortar todas as consignações do Sindicato com empresas diversas, prejudicando diretamente os servidores da Casa. “Foi uma mesquinharia. Eles cortaram tudo, até o 1% destinado ao Sindicato, mas não vamos nos abalar com isso. Vamos à justiça”.

De acordo com a assessoria de Comunicação do Poder Legislativo, os integrantes da Mesa explicaram que, em alguns tipos de consignação, o desconto na folha só pode acontecer mediante a autorização dos servidores e não há documentação que comprove essa autorização. Ainda segundo a assessoria, o procedimento já deveria ter sido adotado há muito tempo, mas só está sendo feito agora.

Presente a manifestação desta tarde, o deputado Flaubert Filho disse que a situação vivida pelos servidores é constrangedora para todos, e criticou o fato de a Mesa Diretora não comunicar a todos os deputados sobre as medidas tomadas pelo comando da Casa.

Flaubert adiantou ainda que não descarta a hipótese de os deputados suplentes e oposicionistas se reunirem para formar um grupo independente para ajudar nas negociações com os servidores. “Quanto pior a Casa estiver só agrada aos deputados afastados, a mais ninguém. A sociedade está cansada dessa situação”, finaliza.

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