Tá gordo ou não tá?

Excluindo-se eventuais excessos dos tablóides britânicos, as imagens de Ronaldo fumando e exibindo uma barriga assustadora apontam para um complexo e perigoso fundo psicológico. Algumas semanas de treino físico liquidariam o cinturão constatado nas fotos tiradas na praia de Ibiza, na Espanha. O complicado é lidar com a depressão.

— A parte muscular ele recupera rápido. Apesar de inativo, ainda é um atleta. O corpo responde logo. O problema é ele querer retomar a rotina de treinos em dois turnos. A questão central me parece ser psicológica — afirma o fisiologista Luiz Crescente.

Doutor em psicologia do esporte pela Universidade de Barcelona, Beno Becker ressalta o momento de fracassos que assola o jogador. Primeiro, a nova lesão aos 31 anos.

— Mesmo que de forma inconsciente, isto incomoda. Ele já não é mais visto como Fenômeno — diz Becker.

Para completar, o abalo na imagem de craque também com as mulheres: o episódio do suposto encontro com travestis no Rio de Janeiro.

— Foi um evento que tangenciou o campo da sexualidade. É muita coisa junta. A depressão traz ansiedade. Um chocolate ou uma cerveja a mais reduzem a ansiedade, embora depois aprofundem o processo — ressalta Becker.

Alguns amigos que o ajudaram no momento mais difícil da carreira, quando rompeu o tendão patelar do joelho pela primeira vez, se afastaram dele. Rodrigo Paiva, assessor de imprensa que civilizou as relações da CBF com jornalistas, era da equipe de Ronaldo. Não é mais desde as confusões surgidas durante o casamento telâmpago com a modelo Daniella Cicarelli. O fisioterapeuta Nilton Petrone, o Filé, rompeu relações com o ex-pupilo.

— Não tenho mais contato com o Ronaldo faz tempo. Não posso falar sobre ele — afirma Filé em tom seco.

— Ele parece ter perdido o prazer pelo futebol. Só isso explica a barriga e o cigarro para um atleta em atividade — diz o preparador do Grêmio, Humberto Ferreira.

Mas vem de Paulo Paixão, especialista em Ronaldo e homem repleto de títulos em clubes e na Seleção, a luz no fim do túnel. A saída pode passar por jogar no Brasil, para retomar o sentido de "fera ferida" :

— Naquela vez, a cirurgia também foi feita na França, mas a recuperação ocorreu no Brasil. Se ele fosse ficar com a gente na Seleção eu te diria: ele volta. Se vingasse esta chance de acerto com o Flamengo, eu te diria: ele volta. Agora, se ele achar que a vida está boa assim, que já fez tudo no futebol, bom, aí não dá. Mas eu acredito.

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