Líderes sindicais prestam solidariedade a servidores atacados pelo Bope

Sionelly Leite/Alagoas24Horas/ArquivoPara o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Detran/AL, Abílio Gomes, a situação no local é temerosa

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Detran/AL, Abílio Gomes, a situação no local é temerosa

Diante do clima tenso e das bombas de efeito moral jogadas pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) nos servidores grevistas do Departamento de Trânsito do Estado de Alagoas (Detran), que se encontravam na porta do órgão em uma manifestação pacífica, várias entidades sindicais e representantes da sociedade civil organizada foram até o local para prestar solidariedade aos funcionários do órgão.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Detran/AL, Abílio Gomes, a situação no local é temerosa. O sindicalista chegou a afirmar – em entrevista a imprensa – que teme por um “derramamento de sangue”. O Bope se encontra no prédio do Detran desde as primeiras horas de hoje para impedir que os grevistas tenham acesso ao órgão.

Parte dos manifestantes já se encontravam dentro do prédio, por terem ocupado a diretoria no dia de ontem. Entre eles, está o presidente do sindicato. A imprensa também foi impedida de entrar no local, além de ter sido alvo – assim como os servidores – das bombas de efeito moral. Cinegrafistas e repórteres tiveram escoriações leves. Alguns funcionários também ficaram feridos.

No local, já se encontra de prontidão uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. O ataque das bombas de efeito moral se deu logo após o capitão Dantas – que comanda a operação – ter dito que não usaria de força contra o integrantes do movimento paredista. A ação violenta do Bope – que pegou de surpresas manifestantes e jornalistas – causou revolta e espanto.

Em entrevista a imprensa, o comandante do Policiamento da Capital, coronel Dário César, disse que “se houve excessos, eles serão apurados e quem for responsável que pague por seus atos”, salientou. Dário César disse ainda que a imprensa não foi proibida de entrar no local. As imagens poderiam ser feitas, mas não foi à informação que os repórteres receberam dos policiais do Bope.

Abílio Gomes chegou a pedir a presença da imprensa dentro do prédio, como garantia da integridade física dos quase 50 servidores que se encontram ocupando o órgão. No entanto, mesmo assim foi negado o acesso. Apenas os comissionados estavam entrando. De acordo com Gomes, os funcionários comissionados ainda passavam zombando dos servidores, com gestos e palavras agressivas.

O ataque do Bope se deu quando os servidores buscavam o apoio do arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, para ajudar nas negociações com o Governo do Estado. Os funcionários se encontram em greve há 23 dias e cobram reajuste salarial, mudança de prédio sede, dentre outras reivindicações. Diante do extremo ao qual chegou a situação, outras entidades também entraram na “briga”.

Agora há pouco, representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação, Sindicato dos Policiais Federais, o vereador Thomaz Beltrão (PT), entre outros políticos chegaram ao local. O objetivo é evitar novos ataques do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar de Alagoas.

O coronel Dário César – anunciou, também agora há pouco – que o secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, deve receber uma comissão formada por Abílio Gomes, o presidente do Sindicato dos Policiais Federais, Jorge Venerano e representantes da Central Única de Trabalhadores (CUT). A assessoria de comunicação da PM divulgou nota afirmando que os jornalistas terão acesso ao prédio do Detran.

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