Tragédia em família

Rio – Morreu na tarde desta quinta-feira Cleyde Prado Maia, mãe da jovem Gabriela Prado Maia, vítima de bala perdida numa troca de tiros na estação do Metrô São Francisco Xavier, na Tijuca, em 2003, aos 14 anos.

Cleyde, 51 anos, estava internada na Clínica Enio Serra, em Laranjeiras, Zona Sul da cidade. Segundo seu ex-marido, Carlos Santiago, ela teria passado mal na casa da mãe e foi encaminhada para uma clínica na Tijuca, depois para a de Laranjeiras.

A causa da morte ainda não é conhecida, mas a morte cerebral foi confirmada. Segundo o ex-marido, Cleyde sofria de hipertensão. O boletim médico da paciente que atestou morte cerebral diz: "paciente internada com quadro de Acidente Vascular Cerebral (AVC)hemorrágico e apresentando coma profundo com ausência de reflexo de tronco cerebral. Mantido suporte clínico com ajuda de aparelhos, poderá ser submetido a eletroencefalograma".

A perda da filha motivou Cleyde a lançar a campanha “Diga Não à Impunidade”. Em dois anos, ela recolheu um milhão e trezentas mil assinaturas e entregou o Projeto de Iniciativa Popular no Congresso Nacional. O objetivo é pedir a alteração de seis itens do Código Penal Brasileiro, diminuindo brechas que promovem a impunidade. Cleyde foi homenageada com a maior honraria do Estado do Rio de Janeiro. Ela recebeu a Medalha Tiradentes do deputado estadual Gilberto Palmares em reconhecimento a sua luta.

Roubo, tiroteio e morte
No dia 25 de março de 2003, por volta de 15h30, o grupo roubou R$ 619 da bilheteria da estação do metrô na Rua São Francisco Xavier, na Tijuca, além de bilhetes de viagem e vales-transporte. Luiz Carlos e Carlos Eduardo, com armas de fogo, renderam dois bilheteiros e um segurança, fazendo-os entregar todo o dinheiro existente nas bilheterias. Luiz Augusto e Paulo, também armados, permaneceram próximos às bilheterias para garantir a execução da ação.

Em seguida, o grupo se deparou com Renato Lemos Naiff, policial civil do Distrito Federal que se encontrava no local para comprar um bilhete. Ao perceber que o policial tinha um volume embaixo da camisa e imaginando ser uma arma, Carlos Eduardo o rendeu, aplicando-lhe uma gravata. Luiz Carlos, então, efetuou vários disparos contra Naiff, causando-lhe lesões corporais graves.

Quando estava em fuga, o grupo rendeu Luiz Carlos da Costa Carvalho Neto, policial civil do Rio que descia as escadas. Houve troca de tiros. No tiroteio, o policial ficou ferido e Gabriela foi morta. A morte da menor Gabriela, no entanto, não foi julgada neste processo.

A juíza cumpriu acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo o qual o crime da estudante não poderá ser processado e julgado nesta ação por questões jurídicas. Na primeira sentença do caso, os cinco homens chegaram a ser condenados pela morte de Gabriela, apesar de o Ministério Público não ter mencionado explicitamente o crime na denúncia.

Criminal e o Ministério Público fez um aditamento à denúncia, imputando a morte de Gabriela aos acusados. No entanto, ao julgar um habeas corpus em outubro do ano passado, o STF determinou que a nova sentença não deveria acolher o aditamento.

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