Moradores da Favela de Lona bloqueiam BR 104

Sionelly Leite/Alagoas24horasSionelly Leite/Alagoas24horas

Um grupo de moradores da Favela de Lona bloqueou – na manhã desta terça-feira, dia 25 – a rodovia BR-104, nas imediações do Conjunto Eustáquio Gomes. As duas faixas da pista estão ocupadas pelos manifestantes, que cobram moradia.

A Favela de Lona passou a ser preocupação da Secretaria de Defesa Social, depois de um tiroteio que resultou na morte de um bebê, por conta de balas perdidas. De acordo com o delegado da Polícia Civil de Alagoas, Valdor Coimbra, o local é dominado pelo tráfico de drogas. Várias famílias já deixaram a favela para fugir dos traficantes.

Neste momento, o trânsito no local se encontra parado. A manifestação ocorre um dia após que – conforme o Centro Integrado de Operações da Defesa Social – o Batalhão de Operações Especiais ocupa o local, garantido maior segurança – segundo os próprios policiais – aos moradores da favela.

A ocupação iniciou na noite de ontem e os policiais vão ficar no local por alguns dias. Durante este período, serão realizadas abordagens e um serviço de inteligência para combater o tráfico de drogas na região.

O protesto reúne cerca de 300 pessoas – segundo dados da Polícia Rodoviária Federal – que moram em condições precárias na Favela de Lona e conta com o apoio da União Nacional por Moradia Popular. Os manifestantes cobram uma política habitacional por parte do Governo do Estado e da Prefeitura de Maceió, que segundo eles, já foi prometida, mas nunca saiu do papel.

Os protestantes ainda são contrários à ocupação do Bope na Favela, sem que antes seja discutida formas de tirar os moradores do local. Eles alegam que na Favela de Lona não tem apenas bandidos e que os moradores não podem ser marginalizados. Temendo saques, os comerciantes da região fecharam as portas do estabelecimento. O fato foi tido como uma afronta pelos moradores e gerou princípio de tumulto. O clima no local é tenso.

Por conta das confusões do trânsito, uma mulher foi atropelada e encaminhada para o Hospital Geral do Estado. Os moradores passaram a queimar pneus na pista. Todo o protesto é monitorado apenas por dois policiais rodoviários federais, pelo menos até o presente momento.

Verdejantes

De acordo com os representantes da União Nacional por Moradia Popular, os moradores da Favela de Lona deveriam ter sido transferidos para o Conjunto Verdejantes II, no Complexo Benedito Bentes. O conjunto possui mil casas populares. Destas, 600 seriam para abrigar os moradores da Favela de Lona.

A entrega das casas deveria ter sido feita neste ano, mas – conforme os moradores – a Secretaria Municipal de Habitação alega que o conjunto só ficará pronto em janeiro, por conta de “serviços pequenos”. O protesto começou às 7 horas, mas o Centro de Gerenciamento de Crise, com o reforço da PM, só chegou duas horas depois ao local, o que ajudou na ocupação das pitas.

O coronel Luciano, do Comando de Policiamento da Capital (CPC), já se encontra no local. Os policiais acreditam que os manifestantes aproveitaram a visibilidade que a favela ganhou por conta da ocupação do Bope para protestarem. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Crise, o secretário municipal de Habitação, Nilton Pereira, está se dirigindo para o local.

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