Corolla é considerado melhor compra que o novo civic

O Corolla e o Civic que estão diante de seus olhos custam, cada um, mais que o Ford Fusion que integrou o comparativo de sedãs de categoria superior, publicado na edição 579. Diante dessa constatação, a próxima é se perguntar: que tipo de comprador se deixa atrair por esses dois? A resposta é simples: gente que procura discrição.

Olhando Civic e Corolla na rua, fica difícil diferenciar as versões de entrada das mais caras. Outros fatores que colaboram para o anonimato são seu tamanho e a quantidade deles espalhada por aí. Maiores e mais raros por aqui, Azera e Accord chamam mais atenção. Mas também conta pontos a imagem de carros confiáveis e com bom desempenho no mercado de usados. Ao comprar um Civic e um Corolla, você sabe que leva junto para casa uma rede de concessionários competente (é só ver as duas últimas edições da pesquisa Os Eleitos) e modelos com durabilidade comprovada, pacote de peças nacionais mais barato e baixa desvalorização. Com esses predicados, ainda que representem apenas uma pequena fração do número de carros vendidos de cada modelo, esses topos-de-linha defendem muito bem seu espaço diante do avanço de gente grande.

A questão agora é saber quem tem mais poder de sedução para atrair essa distinta faixa de compradores, que tem demandas nitidamente diferentes das dos consumidores das faixas intermediárias de cada marca.

A versão EXS do Civic é responsável por apenas 10% das vendas do sedã. Percentualmente parece pouco, mas isso dá umas 500 unidades ao mês e é mais do que a Volkswagen vende de Jetta. Ela custa 85235 reais – 20200 reais mais que a versão LXS – e oferece itens como câmbio automático seqüencial, bancos de couro, ar-condicionado digital e disqueteira para seis CDs. A versão top do Corolla, a SE-G, é 25000 reais mais cara que a de entrada e custa 86360 reais. A diferença de preço é maior, mas a de equipamentos anda no mesmo ritmo. Bancos de couro, câmbio e piloto automático, sensor de chuva, retrovisor eletrocrômico, faróis de xenônio com lavador e retrovisores que se recolhem automaticamente. Só pela lista de equipamentos do Toyota, já dá para perceber que ele tem melhor relação custo-benefício – e alguns itens exclusivos – em relação ao Honda.

Refinamento

Sendo assim, o Corolla começa o comparativo na frente. E, ao entrar no carro, a distância para o rival aumenta. O Civic agrada com linhas modernas e painel em dois níveis, iluminado por um azul cativante. O acabamento é bom, todos os comandos estão próximos do motorista. Mas falta alguma coisa. E essa “coisa” você só encontra quando entra no Corolla. É um refinamento. Uma elegância trazida pelos acabamentos (de boa qualidade) que imitam madeira, pelos detalhes cromados e pela tonalidade creme do couro. A sensação de superioridade passa também pela alavanca do câmbio, que suavemente desce pelas guias. No Civic, você tem que apertar um botão para movê-la, antes de se gabar das borboletas que trocam as marchas atrás do volante.

Não custa lembrar que nem sempre o motorista estará sozinho a bordo de um desses sedãs. O Civic tem 10 centímetros a mais de entreeixos e ainda agrada pelo assoalho plano. O Toyota revida com mais espaço para os ombros, tanto na dianteira quanto na traseira – e, ali, a diferença de 7 centímetros na largura faz diferença. O espaço para a cabeça é semelhante e você só vai esquentar a sua na hora de arrumar as bagagens no porta-malas do Honda, que tem 340 litros, ante os 470 do Toyota.

Quem procura as versões top nem sempre busca desempenho. Com a comodidade do câmbio automático, os motoristas querem mesmo é conforto. E aí o comparativo do mês passado conta a favor do Corolla, quando o editor Marcelo Moura disse que o Corolla é uma “ilha de tranqüilidade”, que inclina pouco e ignora os buracos. O comportamento do Toyota é mais amigável que o do Civic e ele é melhor no trânsito. Isso sem falar no fato de ter melhor isolamento acústico, fato comprovado pelas nossas medições de ruído interno. Mas seria injusto ignorar o excelente acerto de chassi do Honda. Em uma viagem, você certamente vai chegar mais rápido – e mais cansado – a bordo do Civic. E com dose maior de adrenalina no sangue. Mesmo na versão top, ele é mais divertido de guiar na estrada.

Ainda assim, nos testes de desempenho, mesmo com o câmbio automático de apenas quatro marchas, o Corolla se saiu melhor que o Honda – que tem cinco. Foi mais rápido nas provas de aceleração e retomada e ainda brinda o motorista com médias mais econômicas de consumo. Tanto no urbano quanto no rodoviário, a diferença passou dos 2 km/l. O Honda só é melhor mesmo na hora de parar.

Nessa conjuntura, fica difícil para o Civic EXS. A versão SE-G do Corolla recebe melhor seus passageiros, oferece mais espaço interno e equipamentos dignos dos sedãs do próximo comparativo, é mais confortável na cidade e ainda foi melhor nos testes de desempenho. A gente sabe que, na compra de carros desse patamar, a empatia pessoal – sem falar no perfil do comprador – é um fator decisivo. Mas, nesse caso, o Corolla entrega mais daquilo que o comprador de um carro desse preço espera encontrar num carro.

Civic
R$ 85 235
A versão EXS custa 20 000 reais a mais que a básica e responde por 10% das vendas do carro

Corolla
R$ 86 360
Assim como a EXS, a versão top do Corolla – que continua a se chamar SE-G – traz itens exclusivos

Fonte: Quatro Rodas

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