“O Estado é transparente e o diálogo nunca se esgotou”, diz o governador

Em entrevista ao repórter Marcelo Rocha, no programa Cidadania, comandado por França Moura, na Rádio Jornal, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), voltou a afirmar a impossibilidade de pagar os 100% da isonomia reivindicada pelos professores da rede estadual. Apesar de ter conseguido decretar a ilegalidade da greve na Justiça – no dia de ontem – Vilela disse que “o diálogo nunca se esgotou” e frisou que os professores estão sendo intransigentes.

O discurso da “intransigência dos trabalhadores” foi adotado pelas peças publicitárias do governo de Alagoas, que começaram a ser veiculadas em rádio e televisão, desde a última sexta-feira, conclamado o retorno dos grevistas às atividades. “O Estado está trabalhando para pagar a isonomia, mas agora fere a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)”.

O governador destacou a importância das parcerias para o desenvolvimento do Estado e citou os convênios feitos com o governo federal, como ponto de partida. “Tenho conversado com as instituições e com os empresários para participarem deste esforço. Cada cidadão tem condições de dar uma contribuição para isto”.

Vilela conversou com a Rádio Jornal pouco antes de se reunir com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), Omar Coelho. Indagado se a Ordem poderia ajudar na crise da Educação, o governador respondeu: “A OAB sempre pode ajudar em tudo. A Ordem é uma instituição muito importante no Estado”.

Ilegalidade da greve

O governador foi questionado sobre o fim do diálogo com os professores diante da decretação da ilegalidade da greve. De forma diplomática, Vilela ressaltou que “as conversas nunca se encerraram. O diálogo não acaba nunca”.

Sobre o repúdio dos sindicalistas à nota divulgada pelo governo do Estado (os servidores classificaram a peça publicitária como autoritária), o governador foi mais enfático: “Tem que se respeitar o pensamento de cada um. Fizemos uma proposta definitiva. O Estado está em condições financeiras precárias. Infelizmente não pode ser diferente. Nós temos compromisso com a isonomia dos professores. Reafirmamos isto. Ela é legitima e necessária, mas no momento não podemos ir além do proposto”.

Para o governador, a proposta dos 60% não deixa os professores “a mingua”. “Como foi dito na nota, com o que coloca o governo, o Estado de Alagoas fica com o melhor salário do Nordeste. Para o Estado mais pobre do Brasil, isto é um esforço considerável. A situação financeira é muito difícil. Eu tenho pelos professores o maior respeito. Eles são fundamentais no processo de desenvolvimento porque vão educar as nossas crianças”.

“Entendo perfeitamente que eles tinham a isonomia aprovada em lei e tinham feito os seus projetos e seus sonhos. Sei que eles se sentem frustrados e indignados. Imagino e sei que é difícil. Mas a programação da isonomia foi feita sem que o Estado tivesse condição de arcar”, reafirmou o governador.

Teotonio voltou a falar do suposto rombo deixado pela gestão de Lessa e Abílio e disse que superaria a situação “trabalhando e apertando o cinto”. “Vamos cortar, como já fiz com a redução das secretarias. Cortei metade dos automóveis, dos celulares. Estamos procurando ajustar a Secretaria da Fazenda para que possa arrecadar mais e estamos segurando”.

Ações contra cortes no duodécimo

Quanto à ação de outros poderes contra a redução de seus duodécimos, o governador disse que “sabe que cada instituição precisa de mais. A questão é a disposição do Estado”. Conforme Teotonio, “o cobertor é curto e cabe ao governo do Estado pensar nos três milhões de alagoanos”.

Indagado sobre as críticas que apontam o Estado de Alagoas como “parado” nos primeiros meses do seu governo, Teotonio Vilela se irritou e respondeu: “Quando vem para cá diversos convênios e ministros, você diz que o Estado de Alagoas está parado. Com os recursos que conseguimos, você diz que o Estado está parado. Com os mutirões para o desenvolvimento agrário para extensão rural e fortalecimento da agricultura familiar, você diz que o Estado está parado. Ora meu amigo, ou você está fazendo uma brincadeira, ou…”, colocou.

O governador disse que a gestão é transparente e convidou os repórteres para que acompanhem os números do Estado na Secretaria da Fazenda. “Estamos convidando os técnicos do Ministério Público, da Assembléia Legislativa para olharem os números. Tudo que estamos fazendo é com absoluta transparência”, finalizou Téo Vilela.

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