Um Amigo Ilustre

Tive o prazer de receber a visita do embaixador de Alagoas em São Paulo, Márcio Canuto, gigante não apenas pelos seus 1,90m de altura, mas principalmente pelo talento, caráter indiscutível e seu espírito sedutor de muitos fãs e admiradores. Márcio é “o cara”, é o cara que num abraço só, conseguiu quebrar três costelas do narrador de esportes da TV Globo, Galvão Bueno, ao tempo em que caiu nas graças do paulistano ao ponto de ser reconhecido por bandidos na hora de um assalto à mão armada e ainda dar autógrafo exigido pelos meliantes.

Nosso papo saudosista foi ao fundo do baú, anos 70, 80, quando trabalhávamos no rádio esportivo, inicialmente em frentes antagônicas, eu na Rádio Difusora, ele na já poderosa Rádio Gazeta, o prefixo desejado por qualquer profissional da época. Sim, a Rádio Gazeta era referência no Nordeste pela qualidade dos seus narradores, comentaristas e repórteres, pela tecnologia de vanguarda superando estados economicamente superiores.

As transmissões esportivas transformaram-se em espetáculos, recheadas de grandes emoções, estádios lotados na capital e interior, times que empolgavam aos seus torcedores independentes de ser CSA ou CRB. Pra refrescar a memória de muita gente, podemos lembrar o Ferroviário dos irmãos Otávio e Batoré e do artilheiro Jorge da Sorte; o Guarani do polêmico técnico Hélio Sena; o Penedense do craque Zito; o CSE de Aranha, Salê e Sacy; Capelense do xerife Zé Carlos; ASA de Cural; do revolucionário São Domingos de China, Reinaldo, Bite e Gabriel. Como esquecer o CRB de César, Roberto Menezes, Mano, Joãozinho Paulista. Imagine o CSA do goleiro Zé Luiz, Paranhos, Jorginho Siri, Peu, Giraldo, Ricardo.

Seria injusto se não reverenciássemos os comandantes Osvaldo Gomes de Barros, Dirceu Falcão, Miguel Spinelli, Dr. Cleto Marques Luz, cidadãos que se doaram na missão de conduzir o nosso futebol pelos caminhos da paixão e fortes emoções.

Imaginem o Estádio Rei Pelé, decisão de primeiro turno do campeonato estadual, CRB X CSA, com um público de 35 mil pessoas… Isso mesmo, 35 mil apaixonados por seus times do coração, extravasando sentimentos, sem violência. Pois é amigo Márcio, o Rei Pelé que tivemos a honra de inaugurar em 1970, transmitindo inesquecíveis espetáculos não é mais aquele. Não se ver mais o grande público e os times são verdadeiros fiascos que não empolgam e não motivam as torcidas pela mediocridade dos jogos.

Na FAF, a eleição para escolher a presidência da entidade, vergonhosamente, vira disputa política, truculência, caso policial. Cartolas engalfinham-se e afundam cada vez mais o nosso já pobre e combalido futebol.

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