Em contato com diretores do Sindicato dos Jornalistas e do Sindicato dos Gráficos, o superintendente da Tribuna de Alagoas, Geraldo Lessa, informou hoje pela manhã o fechamento definitivo da empresa, sem determinar quando serão pagos os salários e as verbas rescisórias dos 140 trabalhadores. O diretor, que representa no jornal o ex-governador Ronaldo Lessa, mandou que os funcionários fossem procurar seus direitos na Justiça.
O comunicado, que já era esperado pelos trabalhadores, em função do fracasso das negociações entre Lessa e João Lyra para reabrir o matutino, deixou os jornalistas, gráficos e pessoal administrativo ainda mais revoltados, porque traduziu, mais uma vez, um profundo descaso com os empregados, que já se encontram em situação de penúria e de completo abandono.
“Os senhores Geraldo Lessa, Ronaldo Lessa e Robert Lyra, que levaram o jornal ao fundo do poço, têm a obrigação de dizer quando e como vão pagar os trabalhadores, e não mandá-los recorrer à Justiça. Isso é indecente e desumano. O que eles querem é dar um calote”, disseram dirigentes do Sindicato dos Jornalistas.
Os trabalhadores e suas entidades sindicais enviaram carta hoje a diversos órgãos e autoridades federais para denunciar a situação que enfrentam e pedir providências do Poder Público. Nesta quarta-feira, 24, eles farão manifestação em frente à casa de festa Regente para protestar contra o ex-governador, que inaugura um instituto com seu nome. Na sexta-feira está previsto um novo ato, desta vez em frente à revendedora de carros Nagoya, de propriedade do empresário Robert Lyra.
"Nós vamos, sim, procurar os nossos direitos, mas não será apenas na Justiça. Estaremos nas ruas denunciando e protestando contra tudo isso”, afirmaram dirigentes do Sindicato dos Gráficos. Outra decisão dos trabalhadores é manter a ocupação da sede da Tribuna, até que sejam pagos os cinco meses de salários atrasados e as verbas rescisórias/indenizatórias de todos. A ocupação completou nove dias hoje.
