Dia do Trabalho inicia com protesto contra os supermercados de Maceió

Luis VilarTrabalhadores sem terra lutam contra o banco de horas

Trabalhadores sem terra lutam contra o banco de horas

A manhã deste feriado iniciou com um protesto inesperado de movimentos sociais e diversas entidades representante de trabalhadores. Famílias do Movimento Sem Terra, Comissão Pastoral da Terra e Movimento Trabalho, Terra e Liberdade; e entidades sindicais bloqueiam – neste momento – as entradas dos supermercados Extra e G Barbosa, ambos no bairro da Jatiúca.

A Polícia Militar de Alagoas já foi acionada para o local para tentar negociar a saída dos sem terra. De acordo com informações extra-oficiais, os manifestantes não estão deixando os trabalhadores entrarem nos supermercados. Os sindicalistas denunciam as práticas das empresas de utilizarem “bancos de hora” para não pagarem horas-extras para os trabalhadores, nos feriados.

A ação é protesto contra as empresas que abriram no Dia do Trabalho. Os sem terra negam possibilidade de saques e contam com o apoio do Sindicato do Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Este protesto é para garantir que os trabalhadores que estão presos a estas empresas que possuem lucro o ano todo e nem no seu dia possuem direito a um folga”, colocou a professora Lenilda Lima, representante da CUT e do Sinteal.

“Estamos em solidariedade aos trabalhadores urbanos e rurais. O movimento é pacífico e sem intenção de invasões. Nós estamos aqui como sindicalistas, cidadãos, clientes e consumidores. Respeitamos o ambiente, mas estamos buscando respeito para os trabalhadores”, destacou Lima.

A mobilização conta com diversas famílias do interior do Estado de Alagoas. O protesto acontece em meio a chuvas fortes que caem na capital alagoana. O Alagoas 24 Horas – neste momento – tenta contato com alguma das lideranças dos movimentos sociais.

De acordo com o presidente da CUT, Isac Jackson, o protesto é pacífico e não visava fechar os supermercados. “Estamos comemorando as conquistas dos trabalhadores e brigando para que se acabe com este banco de horas. Já que o trabalhador está na empresa, enquanto a família está de folga. Quando ele ganha a folga, muitas vezes, a família está trabalhando”, destacou Jackson.

Jackson informa ainda que não foi proibida a entrada dos funcionários na loja, nem foi fechado os supermercados. “Quem fechou foram os próprios empregadores, que criminalizam os movimentos sociais. Nós não queríamos, nem queremos fechar os supermercados. Eles que fizeram isto. Os gerentes que disseram que nós não poderíamos entrar”, salientou.

Conforme o presidente da CUT, os trabalhadores e representantes dos movimentos sociais tomariam café-da-manhã nos supermercados – na condição de consumidores e sem saques – e depois partiriam para uma caminhada pelos bairros nobre da cidade. “Infelizmente, eles fecharam os supermercados, então ficaremos aqui. Se eles abrirem, nós entraremos, porque o que não pode é o trabalhador ficar de fora, enquanto entra um sujeito de gravata”, finalizou.

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