Vítimas lembram atropelamento que chocou Maceió

Acidente deixou três mortos e 16 feridos; testemunhas prestam depoimento

A noite do dia 12 de fevereiro do ano passado vai ficar, para sempre, na memória de várias famílias em Alagoas. Era domingo e muitos haviam passado no shopping Iguatemi, para pagar contas, passear ou fazer compras.

Quando estavam no ponto de ônibus, uma caminhonete veio desgovernada, rodou na pista e subiu a calçada – depois disso, como um estalo, três pessoas morreram e 16 ficaram feridas. Dias depois, duas pessoas morreram no Hospital Pronto Socorro e há informações que outra ainda faleceu há cerca de um mês, por conta das complicações do tratamento.

Reencontro

Nesta tarde, mais de um ano depois do ocorrido, oito testemunhas e vítimas do acidente se encontraram, pela primeira vez, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, onde foram prestar depoimentos ao juiz da 14ª Vara de Acidentes, Roldão Oliveira Neto.

Uma das primeiras pessoas a verem o ocorrido foi uma policial que estava passando pelo local. A policial, que preferiu não se identificar, conta que acionou rapidamente todas as viaturas que passavam pelo local, por causa da gravidade do acidente.

“Momentos antes, uma pessoa acionou o Samu porque tinha se machucado ao descer do ônibus, então eles chegaram e foram fazendo a triagem das vítimas”, contou. “Foi você quem me segurou quando eu tentava virar a cabeça”, disse a jovem Luany Viana. O encontro emocionou e surpreendeu a policial, que pôde ver que a jovem tinha se recuperado do choque.

Pouco antes do acidente, Luany Viana tinha chegado no ponto de ônibus. “Eu vi o carro ultrapassando e cortando outros veículos na pista. Depois ele rodou e aí eu acordei com um rapaz me perguntando se eu sabia o que tinha ocorrido. Quando ele me falou do acidente, eu não acreditei e quis ver o que tinha ocorrido, mas ela impediu que eu me mexesse para não sofrer fraturas”, contou.

O acidente deixou Luany Vieira com uma perna quebrada e cortes por todo o corpo. Ela passou por cirurgia, teve que colocar platina e parafusos na perna – com isso, ficou oito meses sem poder andar.

Para socorrer as vítimas e dar apoio no local do acidente, equipes do Tigre, 2º Distrito Policial, Bombeiros e Deplan III estiveram no local. O Instituto Médico Legal, o Instituto de Criminalística e a perícia do Detran também foram acionados.

“Eu pensava que era um acidente comum, mas quando cheguei, vi que o carro estava todo amassado e o pior, ele não se chocou com um objeto parado, mas com pessoas, que sofreram todo o impacto”, disse o perito Abílio Gomes.

O motorista da Hillux, Anderson Clayton dos Santos, vinha com a mulher na caminhonete. Segundo testemunhas eles brigavam no momento do acidente e, logo depois que saiu do carro, ele mal conseguia caminhar. “Nós fizemos o teste do bafômetro e constatamos que estava bastante acima do limite permitido”, afirmou o perito.

Por conta do flagrante, o motorista foi detido mas, dois dias depois do acidente, a Justiça decidiu conceder o habeas corpus e ele foi solto, depois que ele pagasse a fiança de R$ 9.305,60.

Processo

O juiz Roldão de Oliveira Neto ouviu hoje oito testemunhas, com a presença do acusado, Anderson Clayton dos Santos, o advogado dele e o promotor Robson Alcântara.

Com o depoimento das testemunhas do Ministério Público, o juiz segue o processo ouvindo o depoimento das testemunhas da acusação, depois há as alegações e a sentença.

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