Pega fogo o “arraiá” de Brasília

A coisa vai começar muito animada em Brasília, principalmente no Congresso Nacional, pelo termômetro dos acontecimentos noticiados no final de semana. A cobertura da imprensa nacional, que levou um puxão de orelhas de Renan Calheiros (logo de quem) para se pautar pela ética e afirmou: “Liberdade de imprensa exige equilíbrio, serenidade e responsabilidade. Sem responsabilidade, abre-se espaço para o excesso, para a pirotecnia, em desfavor das instituições e a bem do sensacionalismo, mazela que, cada vez mais, é banida dos valores das sociedades evoluídas”, abordou temas que vão sacudir a poeira no “forró da capitá”.
Agora só falta boi voar

Dizia um velho coronel alagoano que “em política a única coisa que não ví, foi boi voar”. Pelo andar da carroagem a coisa está perto de acontecer, pois nos últimos dias tiveram shows de boi de corte, boi de guia, boi de cambão, boi de lote e até “boi de ouro”.

O bizonho senador Joaquim Roriz (PMBD/DF) foi flagrado em uma conversa mais que suspeita com o ex-presidente do BRB, Tarcísio Franklin (preso na Operação Aquarela) na qual rolava uma grana alta a ser dividida entre o grupo. Só esta operação seria no valor de 2,2 milhões de reais.

A conversa não deixa dúvidas de que é dinheiro sujo, de lavanderia pública.O senador está em maus lençóis e o caminho seria a perda do mandato.Mas aí tem o Conselho de Ética, o mesmo que está postergando o julgamento do presidente do Senado em busca de inocentá-lo.

O PSOL já está entrando com uma nova representação acusando o senador de ter faltado com o decoro parlamentar.Como a moda em Brasília por estes dias é a “mentira do boi”, o gabinete de Roriz já adiantou que o dinheiro se referia a “ um empréstimo feito por ele para comprar uma bezerra por 300 mil”. A história seria mais ou menos assim: Um empresário (Nenê Constantino) teria dado um cheque de 2,2 milhões para que Roriz descontasse no banco, retirasse os 300 mil emprestado e devolvesse o “troco”. Uma conversa inverossímil , aliás, conversa prá boi dormir.O processo chega no Conselho de Ética e o “insuspeito” presidente Sibá Machado vai designar relator. Espera-se que não seja Epitácio Cafeteira ou Wellington Salgado.

Renan se enrola mais e queima na fogueira do inferno
A revista Veja dotona no colo do senador Renan Calheiros uma bomba junina de efeito devastador. Não bastassem novas e contundentes denúncias desmascarando a “farsa dos bois” e a complicada relação promíscua com o lobista da Empreiteira Mendes Junior, a publicação denuncia caminhos de sabotagem na investigação colocando sob suspeita o presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado, o senador Romero Jucá e outros integrantes da base aliada de Renan.

Veja escancara em competente reportagem de Alexandre Oltramari o suspeito inriquecimento do senador Renan Calheiros, “Desde um fusca como seu patrimonio na primeira eleição que disputou em 1978, até a fortuna acumulada nos dias de hoje passando dos dez milhões de reais”. Um assunto que os alagoanos conhecem, mas que agora é jogado para o Brasil inteiro, em mais um epidódio que mancha e fere de morte o conceito de um estado no qual os políticos em geral não levam muito a sério o princípio da ética.

Depois das matérias públicadas na imprensa nacional no final de semana dificilmente Renan escapará de perder o cargo de presidente do Senado e até mesmo o seu mandato. Alguns aliados já começam lhe dar as costas e o próprio presidente Lula em conversas reservadas já procura uma alternativa para a substituição do senador.

Madame I e Madame II em suas versões
Para completar o show que vai animar Brasilia nos próximos dias estão duas entrevistas que vão dar muito o que falar. Na primeira a madame Calheiros I, Verônica, fala do novelão político-conjugal, perdoando a traição do marido como se tratasse do mais ingênuo inocente no caso. “ Renan foi a maior vítima de tudo isso.Ele, claro, tem culpa, porque todo ser humano é falho.Mas todos sabem que existe o assédio em cima dos representantes do poder. Fiquei surpresa por ele ter caído.Não sei como meu marido caiu nessa..homem é tudo besta”. Imaginem se não fosse!

Já a madame Calheiros II, Mônica Veloso, detona a suposta “inocência” do senador Renan e mostra claramente que não teve esse negócio de assédio ou de “fraqueza”. Ela fala que durante o longo romance entre os dois nunca esconderam de ninguém. “Jantávamos em restaurantes,íamos a lançamentos de livros, a eventos no próprio Senado. Até porque inicialmente ele me disse que estava separado”.

Relata a bela jornalista que não descarta a possibilidade de posar para uma revista: “Até agora ninguém me ligou.Para eu poder fazer um comentário precisaria ser uma coisa oficial, mostrando como seria feito”. Ressalta também a segunda madame Calheiros que o seu caso com Renan foi bastante intenso e diz que nunca namorou outro parlamentar, ao contrário do que se comentou. “Nunca tive namoro com nenhum político além do Renan. Inventaram toda sorte de relações. Eu virei o terror da cidade.Quanto a Renan amei sim, amei muito. Ele é um homem extremamente inteligente”.

Ai está, portanto, a pauta que vai rolar esta semana em Brasilia e em especial no Congresso Nacional. Isto se houver número para a “formação de quadrilhas”, pois em vista dos festejos juninos nos estados, muitos serão os que para ficar de fora da “grande fogueira”,vão preferir permanecer em suas bases, soltando rojão e orando pra São João e São Pedro, rogando proteção para os seus sigilos e principalmente para os seus mandatos.

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