Demissões podem decretar colapso da saúde pública em AL

Depois de 53 dias de paralisação, a greve dos médicos de Alagoas pode ter um desfecho trágico para saúde pública no Estado, com a entrega dos pedidos de demissão coletiva de 18 profissionais, prevista para ocorrer por volta das 11h de hoje, na Secretaria de Administração.

Em assembléia realizada na noite de ontem a categoria, que se diz humilhada com o corte de ponto, salários, decretos de ilegalidade e promessas não cumpridas por parte do governo do Estado, 18 especialistas, oito hematologistas e dez neurocirurgiões dão início ao processo de demissão coletiva, anunciado ainda na semana passada.

O presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed), Wellington Galvão, em entrevista ao Alagoas24horas reconheceu o empenho do procurador-geral do Estado, Coaracy Fonseca, em intermediar as negociações, mas declarou que a categoria não se conforma com a postura do governo em afirmar que se conceder o reajuste aos médicos terá de fazê-lo para os demais servidores.

Segundo Galvão, a alegação é fraca, uma vez que os recursos para o reajuste da categoria viriam do próprio orçamento da saúde. O sindicalista declarou, ainda, que na assembléia de ontem mais 50 médicos assinaram uma lista para a demissão.

Na última rodada de negociação, o Governo manteve a proposta de 5% de reajuste e a devolução dos salários cortados, o que foi considerado insatisfatório pela categoria. “O Estado não tem respeito com a categoria, apresentando sempre a mesma proposta”, avaliou.

Na manhã de hoje, o secretário de Saúde, André Valente, disse que caso se confirme o pedido de demissão coletiva, o Estado poderá terceirizar os serviços. A medida é duramente criticada pelo presidente do Sinmed, uma vez que o Estado já havia publicado uma convocação no DO de 120 médicos generalistas e pediatras e ninguém atendeu.

Diante do impasse, a coordenadora-geral do Hemoal se encontra neste momento na Secretaria Executiva de Saúde para saber quais medidas serão adotadas pelo órgão, uma vez que o hemocentro emprega 99% dos hematologistas do Estado.

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