Quem vê as praças de Maceió hoje não imagina que um dia elas já foram os principais cartões postais da capital alagoana. Graças a algumas delas – que receberam moderno visual – recebemos o nome “Cidade Sorriso”. Historiadores contam que durante muitos anos praças como a Deodoro foram pontos de encontro da juventude, espaço de eventos importantes, festas e quermesses da igreja católica, e posteriormente, ponto de encontro de aposentados que se reuniam para “bater papo”.
Na administração do prefeito Pedro Vieira, as praças chegaram a ser cercadas para evitar a ação de vândalos. Hoje, apesar da manutenção e limpeza executada pela prefeitura, a população não tem contribuído muito para a conservação desses espaços e o resultado é sujeira, destruição e ocupação desordenada, principalmente por parte dos moradores de rua.
Quem estava acostumado a ver os grupo de aposentados conversando nos bancos ou os evangélicos realizando cultos ao ar livre, na praça Deodoro, agora só vê o comércio, que a cada dia aumenta. Se por um lado, a atividade tem permitido o emprego de dezenas de famílias, por outro tem descaracterizado a praça, que abriga o Teatro Deodoro, a Academia Alagoana de Letras e o Tribunal de Justiça, além de casas comerciais e a Câmara de Vereadores.
Providências
A discussão sobre a ocupação do espaço público da praça Deodoro, no Centro de Maceió, continua. Durante reuniões realizadas na semana passada, a Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU) e os representantes dos ambulantes chegaram a conclusão de que serão estabelecidos critérios para ocupação do espaço, que será estudado por uma comissão de arquitetos do órgão municipal, que visitou a praça nesta segunda-feira.
De antemão ficou decidido que aqueles que não receberem permissão precária para comercializar na área deverão ser deslocados para outros pontos. Quanto à falta de segurança, conseqüência da presença de moradores de rua, e até mesmo o vandalismo que está destruindo a praça, a SMCCU está buscando uma integração entre outras secretarias e órgãos a fim de torná-la novamente um ponto de encontro de artistas e moradores.
Um novo encontro acontece amanhã, às 10 horas, no Teatro de Arena Sérgio Cardoso. Na ocasião, a Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), em parceria com a Diretoria dos Teatros de Alagoas (DITEAL), reunirá as secretarias de Ação Social, de Meio-Ambiente, SLUM, SIMA, SMCCU e Guarda Municipal para tentar por fim ao impasse.
De acordo com a Fundação de Ação Cultural a ocupação desordenada da praça e a presença de moradores de rua, tem resultado na evasão em termos de freqüentadores da mais tradicional casa de espetáculos de Maceió.