Cerca de uma semana depois da intervenção do cartório de Murici, a Corregedoria Geral de Justiça iniciou os depoimentos de testemunhas, sobre denúncias de irregularidades e grilagem de terras no município.
Nesta tarde, o juiz auxiliar da Corregedoria, Alex Sóstenes Araújo, ouviu o técnico agrícola Genival Mendes de Melo. Ele acusa a tabeliã, Maria de Lourdes Ferreira Moura de ter incorporado a fazenda São Bernardo à fazenda Capoeirão, que pertence ao deputado Olavo Calheiros.
Genival Melo já chegou a dizer que as terras da fazenda foram arrematadas por ele em leilão da Justiça do Trabalho, em 2005. Mas, segundo a tabeliã, a fazenda São Bernardo existe há 111 anos e nada tem a ver com a Capoeirão.
Investigação
O depoimento de Genival Melo foi acompanhado pela tabeliã afastada, que também esteve na Corregedoria com um advogado. Segundo o juiz Alex Araújo, ela deve se apresentar também nos próximos depoimentos, de testemunhas e, por último, já no fim do processo, ela deve ser ouvida.
Sobre o depoimento desta tarde, o juiz disse que não pode dar detalhes por recomendações do corregedor geral de Justiça, o desembargador Sebastião Costa Filho.
Intervenção
No dia 31 de julho, foi publicado no Diário Oficial do Estado a decisão do corregedor-geral de Justiça, Sebastião Costa Filho, que afastou a tabeliã Maria de Lourdes Ferreira Moura do cartório do 1º Ofício de Imóveis, Notas Títulos e Documentos da Comarca de Murici.
A decisão decretou intervenção no cartório, por 90 dias prorrogáveis por mais 30, caso seja necessário. Durante esse período, Everaldo Freire de Melo responde pelo cartório.
A tabeliã está sendo investigada por suposta participação em grilagem de terras. As denúncias foram feitas pelo Ministério Público Federal, pedindo providências da Corregedoria para apurar os fatos.