As dores e delícias dos 30…

Já faz algum tempo que tenho pensado em escrever sobre as dores e delícias dos 30 (e poucos) anos, desejo que, ultimamente, ficou mais forte porque, em meio a tantas desvantagens – que repassei inúmeras vezes mentalmente – aconteceram coisas na minha vida que me revelaram às vantagens de ter 30, pois, se eu ainda tivesse 20 anos, enxergaria de outro modo.

Aos 20 você acha que tudo o que acontece de ruim “é o fim do mundo”. Aos 30, a coisa precisa comer muito feijão com arroz pra virar fim do mundo, e mesmo assim, na maioria das vezes não é. Aos 30 a gente entende melhor aquela “pérola” da auto-ajuda: Todo fim é um novo começo… E o mundo dá voltas, como dá! Se você não sabe disso aos 20, espera chegar aos 30 e verá!

Aos 30 fazemos menos tempestade em copo de água, choramos menos por bobagens… até mesmo para não borrar a maquiagem! Por falar nisso… não vou mentir: entrar para o seleto mundo das balzaquianas (argh, sempre detestei esse termo!) tem suas dores. Quer exemplos?

Sabe aquela base baratinha que você comprava na loja de departamentos e ficava um espetáculo no seu rosto? Aos 30, esqueça! Maquiagem, só de Natura pra cima…e aquelas noites sem dormir que rendiam apenas uma ressaca moral aos 20? Aos 30 elas rendem olheiras profundas e um ar abatido que água fria nenhuma irá aplacar em menos de dois dias.

É amiga… aos 30 nenhum excesso será perdoado. Exagerou na comida? Nem pense que fechar a boca naquela dieta louca da lua irá eliminar os quilinhos extras. Não, não vai. Nenhuma dieta funciona sem exercícios e sem reeducação alimentar depois dos 30.

Já está arrasada? Não fique… vou voltar para às delícias… ter 30 anos faz com que você tenha vivido aproximadamente 1/3 da sua vida, o quê, em meio ao caos urbano que vivemos hoje é um lucro e tanto. Aos 30 você também tem mais noção do ridículo, sabe o que fica bem em você: os melhores cortes e cor dos cabelos, as melhores roupas. Aos 30, mesmo que volte à moda aquele horrendo corte “Chitão e Xororó” você não ousaria adotá-lo nem sob pena de morte… nem ousaria também usar aquelas calças “semi-bags” que deixavam qualquer modelo de passarela parecida com um bujão de gás mal vestido. Aos 30 você sabe que, tudo na vida passa, inclusive as piores modas.

Mas, voltando ao assunto a que me referi no começo do texto, das coisas que me aconteceram recentemente e me fizeram gostar de ter 30, eu vou contar. Há menos de dois anos perdi uma prima muito querida, uma irmã. Ela morreu muito jovem, aos 21 anos, e deixou tudo “coberto de cinza…” Pois bem, há alguns dias, um outro primo querido, irmão dessa prima, sofreu um acidente grave de carro. Depois de cerca de um mês na UTI, me emocionei ao vê-lo perfeito no quarto e depois em casa.

Quando o vi longe da UTI, pensei: esse é o início do fim do luto pela minha prima. A saudade dela vai existir sempre, eternamente… Mas Rodrigo nos mostrou que a vida continua e que a gente vive por quem ama. Aos 20 eu não sei se entenderia assim.

No mesmo período, perdi o emprego na empresa que vi nascer e onde vivi muitas alegrias e tristezas. Onde conheci os melhores amigos, fiz as melhores matérias e onde também tive as maiores decepções e angústias. Perder esse emprego me fez voltar àquela “pérola”: Todo fim é um novo começo. Nesse momento estou tentando esse novo começo que, acredito, será muito bom pra mim. Aos 20 eu não sei se entenderia assim.

Sabendo que eu estava pensando em escrever esse artigo, uma tia querida conversou comigo para me ajudar na lista dos prós e contras dos 30 e, ao final da conversa, com seu ar sempre sábio e alegre, sentenciou: “Espere chegar aos 40 e verá que ter 30 é estar no paraíso”. Bem, essa já é uma outra história. Se Deus quiser nos encontraremos aqui daqui a alguns anos…

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