O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quinta-feira, ao chegar no Congresso Nacional, que se absteve da votação no Plenário que o absolveu da perda de mandato. "O silêncio fala mais que qualquer coisa", afirmou. Além de Calheiros, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) foi o único a anunciar que se absteve. Seis senadores não decidiram nem pela cassação, nem pela absolvição.
Calheiros negou ainda que pretenda se afastar do cargo. "Felizmente não", limitou-se a dizer o peemedebista, quando questionado sobre um possível acordo de tirar um período de folga após se livrar da cassação.
Calheiros disse ainda que apesar da campanha da oposição, perdeu pouco apoio. "Depois dessa campanha de 100 dias, só perdi cinco votos", afirmou. O presidente do Senado foi absolvido ontem no Plenário por 40 votos a 35.
Calheiros enfrentou o processo por quebra de decoro parlamentar após uma representação do Psol, baseada em uma reportagem da revista Veja. O texto diz que o senador tinha contas pessoais, inclusive a pensão da filha com a jornalista Mônica Veloso, pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior.
Calheiros pode responder por mais dois processos no Conselho de Ética do Senado. Uma acusação diz que ele beneficiou a cervejaria Schincariol e outra aponta que ele usou laranjas para comprar emissoras da rádio em Alagoas.
