Almeida diz que ‘caos social’ é herança maldita

Sionelly Leite/Alagoas24horasAlmeida volta a culpar antigos gestores por problema atual

Almeida volta a culpar antigos gestores por problema atual

Preocupado com a repercussão do descredenciamento de Maceió para receber as verbas federais do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o prefeito Cícero Almeida (PP) já amanheceu o dia de hoje em Brasília. No discurso para explicar a situação, nenhuma novidade. Almeida continua batendo na tecla de que recebeu uma “herança maldita”.

De acordo com Almeida, não havia prestação de contas na pasta desde 2000 e que sua gestão vinha corrigindo estes erros. O prefeito ainda apontou um suposto desvio de R$ 3 milhões do Bolsa-família encontrado no Governo do Estado de Alagoas, para questionar a competência do Estado para gerir os recursos do município.

Almeida, ao atacar adversários sem citar nomes, questionou ainda a competência da Assistência Social para gerir os recursos que antes eram administrados pela Prefeitura Municipal de Maceió. De acordo com o prefeito, o descredenciamento imposto pelo MDS não foi uma surpresa. “Eu já esperava”, destacou. Segundo Almeida, era uma tragédia anunciada por ter conotação política.

Na tarde de ontem, durante a reunião que culminou no descredenciamento, a subsecretária Elizabeth Patriota adotou o mesmo discurso, de motivação política para o fato, e foi rechaçada pelos técnicos do MDS que colocaram que as investigações de supostas irregularidades na pasta foram feitas desde 2006.

No entanto, Almeida continua achando estranho que mesmo – segundo ele – diante de tantas irregularidades no passado, só agora seja tomada uma atitude destas. “Eu já esperava, pois a turma do contra está trabalhando 24 horas, ao contrário do prefeito que torce muito para que o Governo do Estado tenha um rumo certo”, atacou.

Com um discurso agressivo e tentando atribuir os erros a gestores passados, sem citar nomes, o prefeito de Maceió disse que “os adversários políticos fizeram festa na noite de ontem”. “Uma festa aconteceu por aqui”, finalizou. Almeida salientou que em alguns meses deve dar a resposta à sociedade alagoana.

No dia de ontem, Almeida destacou a reunião da bancada federal com o ministro Patrus Ananias para tentar reverter o “caos social” na Prefeitura de Maceió. “É fruto de um descaso do passado. Queremos mostrar isto ao ministro. Querem responsabilizar o prefeito”, destacou Cícero Almeida. Conforme o gestor municipal, querem atingi-lo politicamente.

“O Estado tem um desvio de R$ 3 milhões, a imprensa não tratou a questão e ninguém está culpando o governador por isto”, disse ainda, estabelecendo uma comparação entre um suposto desvio no Bolsa-família. “As pessoas do contra deveriam é se juntar e lutar pelo município. Nós mandamos auditar os gestores passados e encaminhamos tudo para a Procuradoria Geral do Município e Ministério Público. Quem tiver erros que pague. Quanto à nossa gestão, encaminhamos a prestação de contas”.

Almeida colocou que “o processo político começou” e – a exemplo de Elizabeth Patriota – disse que é de se estranhar a decisão e que a mesma foi precipitada. “Porque as providências só foram tomadas agora, para cima de uma gestão que tem mais de 90% de aceitação?”, questionou.

Futuro

“Nós vamos continuar trabalhando. Esta semana foi dado um outro grande golpe em Maceió, em relação aos R$ 120 milhões, mas nós vamos dar a resposta à sociedade alagoana. Não tenham dúvida disto”, disse o prefeito de Maceió, que confirmou que vai continuar tocando a pasta de Assistência Social com recursos próprios.

Cícero Almeida disse ainda que vai acompanhar de perto o uso das verbas federais pela Secretaria Estadual de Assistência Social. “Quando a Solange Jurema (secretária do Estado) esteve em meu gabinete, ela viu um homem preocupado e voltado para a sociedade. Se eles articularem a coisa de outro jeito, nós vamos estar vigilantes”, salientou.

Almeida disse que a partir de agora vai responder diretamente pela Assistência Social. “Amanhã vou despachar na Assistência Social. O prefeito será secretário 24 horas. Vamos manter tudo com recursos próprios e vamos cobrar também o desvio de R$ 3 milhões do Estado e trabalhar para que o ministro veja a herança maldita que foi a Assistência Social. Ali era uma mãe leiteira. Nós que acabamos com isto e com o uso político da pasta”, destacou.

“Projetos federais são importantes para quem tem grande ambição política, para quem vive da miséria do povo. Há uma turma aí que torce pelo quanto pior, melhor. Eles querem a desgraça. Acompanhem o Estado agora para ver o que acontece. Quero que os meus amigos jornalistas e radialistas acompanhem o Estado com estas verbas”, finalizou o prefeito, sem citar os nomes das “forças ocultas” do passado que – segundo ele – é parcela responsável pelo drama que a Prefeitura vive hoje.

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