Renan nega participação em rebelião do PMDB no Senado

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou hoje que a rebelião do PMDB no plenário da Casa nesta quarta-feira tenha qualquer relação com a tentativa do partido de mantê-lo na presidência da Casa. Renan afirmou, no entanto, que o partido quis dar uma "demonstração de insatisfação" –mas disse não saber em relação a que os peemedebistas estão insatisfeitos.

"Eu queria dizer que essa questão do PMDB de ontem não tem nenhuma conexão com a minha questão. Muito pelo contrário. Não tem absolutamente nada a ver comigo. O PMDB quis, com aquela votação, dar uma demonstração de insatisfação não sei de quê", afirmou.

Renan disse que o líder do partido no Senado, Valdir Raupp (RO), foi obrigado a acatar a decisão de 12 senadores da bancada que decidiram se rebelar por estarem insatisfeitos com ações do Palácio do Planalto. "Cabia ao líder Raupp seguir a orientação majoritária de sua bancada. Se não, comprometeria a sua própria liderança", defendeu.

O senador negou que tivesse conhecimento da ação articulada pelos peemedebistas, assim como outras lideranças do partido –como os senadores José Sarney (PMDB-AP), Romero Jucá (PMDB-RR) e Roseana Sarney (PMDB-MA).

Renan disse que, assim como os outros três líderes peemedebistas, foi informado "de última hora" sobre a decisão da bancada de derrubar medida provisória editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Não sou eu quem fala pelo PMDB. Eu falo pelo Senado, não sou líder do PMDB. Os que votaram daquela maneira, pelo que se concebe da política, quiseram dar balizamento com relação a algum relacionamento a alguma questão, mas é uma questão da bancada do PMDB."

Rebelião

A rebelião do PMDB foi articulada em um jantar, na terça-feira, na residência do senador Valter Pereira (PMDB-MS). No total, 12 dos 19 senadores do partido fizeram duras críticas ao Palácio do Planalto e à postura de petistas favoráveis ao afastamento de Renan da presidência do Senado.

Na noite desta quarta-feira, a bancada do PMDB votou contra a aprovação da medida provisória que criou a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo da presidência da República, que tem em seu comando filósofo Mangabeira Unger. A rejeição da MP obriga o governo a extinguir a secretaria, além de exonerar 626 funcionários contratados pela medida.

Pereira, que relatou a MP no plenário, recomendou que os senadores rejeitassem a matéria porque não via "urgência nem relevância" para o governo criar tantos cargos por medida provisória. Sem o apoio do PMDB –que reúne a maior bancada no Senado– o governo teve a proposta derrotada pela maioria dos senadores.

Os peemedebistas reivindicam cargos em estatais, além de recursos do governo federal para Estados governados pelo partido. Os senadores também quiseram dar um claro recado ao presidente Lula de que não estão satisfeitos com a postura de petistas como Aloizio Mercadante (PT-SP) e Tião Viana (PT-AC) que, publicamente, defendem o afastamento de Renan da presidência do Senado.

Se o peemedebista se licenciar do cargo, a presidência da Casa passará a ser ocupada por Viana, primeiro vice-presidente do Senado.

Fonte: Folha Online

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