‘Téo se desculpou pela ação do Bope’, diz Antônio Albuquerque

“Eu fiquei muito chateado com o que aconteceu, mas o Téo me ligou e pediu desculpas pelo ocorrido. Segundo o governador, houve um lapso na comunicação interna do Governo do Estado. Foi um lapso entre o Gabinete Civil e o secretário de Defesa Social, Sá Rocha”. A frase é do presidente da Assembléia Legislativa de Alagoas, Antônio Albuquerque (Democratas) e tenta explicar o ocorrido na madrugada de hoje, quando o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) entrou em cena para retirar os servidores grevistas da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), que ocuparam o prédio em protesto contra o Governo.

O presidente do Legislativo destacou ainda que no episódio – classificado pelos deputados como lamentável – houve intolerância dos dois lados. “Eu estava bastante chateado, porque o governador havia rompido um acordo. A Assembléia Legislativa vem trabalhando constantemente para resolver este impasse. O presidente da CUT (Isaac Jackson) me pediu para que continuasse com as negociações. Hoje pela manhã, o governador me ligou e explicou o ocorrido”, salientou.

Antônio Albuquerque aproveitou a sessão do parlamento para explicar como se deram às negociações entre os deputados e os grevistas e porque o Governo do Estado resolveu cancelar a audiência com os servidores e mandar o Bope dispersar o movimento composto por policiais civis, agentes penitenciários e servidores da Saúde e Educação. Albuquerque classificou o evento como um “ruído na comunicação do Estado”. Porém, um erro estratégico que – na avaliação dos petistas Judson Cabral e Paulo Fernando dos Santos, o Paulão – quase culminaram em algo mais grave.

“Poderia ter sido uma chacina, diante de tantos servidores que estavam nas imediações do prédio”, disse Paulão. “Ontem poderíamos ter visto um corpo”, complementou Judson Cabral. O fato é que houve confronto entre o Bope e os servidores, com direito até a bombas de efeito moral. “Jogaram bombas de gás em um carro em que servidores dormiam dentro. Um absurdo”, destacou Paulão. Os oposicionistas – no entanto – reconheceram que também houve excesso por parte dos manifestantes e que a invasão do prédio da Sefaz não estava dentro dos planos.

De acordo com Antônio Albuquerque, apesar das chateações e dos equívocos entre o Gabinete Civil e Sá Rocha, pode-se chegar a um denominador comum e foi traçada uma agenda de negociações entre os servidores e o próprio governador do Estado, Teotonio Vilela Filho (PSDB). “Eu defendi que fosse feita uma reunião com cada categoria, pois as reivindicações são bem específicas. O governador me pediu desculpas e disse que cumpriria o acordo que foi firmado entre os parlamentares e os servidores públicos”, disse.

Reuniões

De acordo com Albuquerque, a primeira reunião será amanhã, às 15 horas, com os servidores da Saúde. Na sexta-feira, dia 19 de outubro, o governador se reuniria com os trabalhadores da Educação. Na próxima segunda-feira, dia 22, é a vez dos agentes penitenciários sentarem com Teotônio Vilela Filho.

“Acredito que a Assembléia Legislativa de Alagoas deu a sua contribuição”, ressaltou. O presidente do Legislativo reforçou ainda que os deputados acompanharão as reuniões. “De forma democrática, estarão presentes o líder do governo (Alberto Sextafeira) e o líder da oposição (Judson Cabral)”.

Albuquerque acredita que com estas reuniões se chegue a um equacionamento definitivo do problema. “A radicalização dos servidores prejudica as negociações, assim como o governo não pode perder a sensibilidade e a tolerância. Precisamos evitar o conflito. O dia começou tenso, mas termina com a esperança de que tudo se resolve na próxima segunda-feira”, finalizou Antônio Albuquerque.

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