Um Mundo Melhor

Claude Lelouch, uma dos maiores cineastas franceses, diretor de mais de quarenta filmes, entre eles, “Um Homem e uma Mulher”, “Viver por Viver”, concedeu recente entrevista à TV brasileira. Da sua conversa com a entrevistadora, conclui-se que se tornou um homem lúcido.

Perguntado sobre a repercussão mundial de “Um homem e uma Mulher”, disse que aquele não foi um dos melhores momentos da sua vida, porque ficou muito famoso. Com o sucesso, ganhou muito dinheiro, foi excessivamente assediado e a vaidade subiu-lhe à cabeça.

Considerou que o êxito permanente encurta a inteligência do artista, do profissional em qualquer ofício humano, já que a tendência do indivíduo será repetir-se em uma auto-suficiência.

De tal maneira que o seu próximo filme, poderá ser uma reprodução do anterior, na busca constante do reconhecimento ou aplauso. Conclui que é fundamental um certo equilíbrio entre o êxito e a adversidade. Que o revés impulsiona a superação dos defeitos, das limitações, da vaidade. Condiciona a pessoa para um salto adiante.

Oscar Niemeyer, genial arquiteto, nas curvas do seu tempo centenário produtivo, e de militante engajado nas causas dos oprimidos, também revelou para um grupo de jornalistas, que o importante não era a arquitetura mas a vida, a luta por um mundo melhor. Afirmou que a existência era um sopro cósmico. Portanto deveria ser usufruída intensamente, com autenticidade e conseqüência, nos acertos e erros. Proclamou a certeza de que uma nova era para humanidade virá mais cedo ou tarde. Mesmo que para os que lhe entrevistavam aquilo soasse como algo quixotesco.

Mas, como afirmou Santiago Dantas, em excepcional ensaio, sobre Don Quixote de La Mancha, o personagem imortal de Cervantes, a perenidade dessa obra não pertence ao domínio da literatura, da investigação histórica, filológica, mas como símbolo da alma universal, contra inimigos, aparentemente, invencíveis.

A primeira experiência vitoriosa da luta pela emancipação dos deserdados, com acertos e erros, durou apenas setenta anos. Significa uma fração de tempo na História. Mesmo que a neguem, os povos, aspiram por paz, soberania, liberdade, justiça social, conforme as particularidades, cultura, economia de cada nação.

É a esperança luminosa, intensa, de centenas e centenas de milhões. Um futuro melhor é possível. Queiram ou não, essas idéias movem o mundo.

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