Beber até morrer: cada vez mais comum

Milhares de pessoas morrem todos os anos em decorrência do consumo excessivo de álcool. Nos últimos meses, pelo menos quatros casos de pessoas que morreram após ingerir grande quantidade de bebida alcoólica foram registrados pelo Instituto Médico Legal em Maceió, fatos que impressionaram os próprios peritos do Instituto de Criminalística.

Dados apresentados pela clínica-geral Normângela Barreto mostram que, depois do infarto, a maior causa de mortes no Brasil é a embriaguez. Ela explica que a maioria dos casos diz respeito aos acidentes de trânsito, mas é crescente o número de pessoas que morrem “de tanto beber”.

De acordo com a médica, as vítimas do álcool normalmente apresentam um quadro de coma alcoólico que pode resultar em politraumas e levar à morte. Existem, também, as hepatopatias, problemas hepáticos desenvolvidos a partir do alto consumo de álcool. “Há pessoas que já estão tão comprometidas que o mínimo consumo de bebida leva a complicações e morte”, afirmou Normângela Barreto.

Apesar de parecer “coisa de pobre”, a morte por consumo excessivo de bebida também atinge as camadas mais altas da sociedade, como confirmou a médica. “Existem muitos casos em Alagoas onde as vítimas da bebida são pessoas mais orientadas, das camadas mais altas da sociedade. Destes, alguns vão para outros Estados para se desintoxicar, outros falecem do mal.

Hoje em dia, uma das grandes preocupações dos médicos é o jovem. “Eles estão bebendo cada vez mais cedo, sobretudo as bebidas mais perigosas, como as destiladas. As vodcas misturadas aos energéticos, que são usados para deixar a turma ‘ligadona’ matam aos poucos”, ressaltou.

Bebeu até morrer

O enredo das histórias é praticamente o mesmo, muda-se o cenário, as vítimas, mas a vilã é o mesma: a bebida alcóolica. A dona-de-casa Djanira Paulino da Silva, de apenas 30 anos, foi encontrada morta por volta do meio-dia do dia 17 de setembro, em sua residência, na Rua Bom Jesus, na localidade conhecida como Alto da Boa Vista, em Guaxuma. Tanto o ex-marido, quanto os vizinhos da vítima, confirmaram que Djanira era viciada em álcool e que há cerca de 20 dias havia sofrido um mal súbito. Não demorou para ser encontrada morta ao lado de garrafas de cachaça.

Caso semelhante ocorreu com Ivanize dos Santos Barbosa, de 38 anos, encontrada morta em uma residência no Conjunto Gama Lins, periferia de Maceió. A desempregada estava acompanhada do marido, Genildo Alves Pereira, 48, quando sofreu um mal súbito, após a ingestão de grande quantidade de álcool e morreu.

Na noite de ontem, o desempregado João Soares de Souza, 40 anos, morreu dentro do cemitério Santo Antônio, no município de Paripueira. Segundo policiais, ele bebeu o dia todo e afirmou que ia beber até morrer no cemitério. E conseguiu.

Hoje pela manhã, Maria Cícera da Silva, 38, foi encontrada morta, na cama de sua casa, na Grota do Rafael. Testemunhas disseram que a vítima era catadora de lixo e que bebia todos os dias.

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