A Rosa de Alexandria

Vivemos num tempo em que o capital atingiu um ritmo ao mesmo tempo voraz e autofágico. Cria invenções fabulosas em todas as áreas das ciências, mas incontinenti nega os seus benefícios à grande maioria da humanidade, que poderiam minimizar as dores, físicas e espirituais, de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo.

Babilônico, incentiva a desagregação de valores caros ao ser humano, pasteuriza culturas de nações, desenvolvidas por gerações e gerações, na busca da maximização do lucro e minimização dos custos em todas as latitudes. Não existe medida que sacie a ganância desenfreada.
As guerras se sucedem umas às outras, todos os anos, quando não em meses. Nesse início do terceiro milênio, aconteceu uma série de conflitos regionais, onde Estados desintegraram-se em lutas intestinas, fratricidas mesmo, ou foram vítimas de intervenções sangrentas em nome da democracia, supostamente pela liberdade, contra a paranóia do terrorismo, saído do ovo da serpente, que se diz “a grande maçã”.

É bastante ilustrativa a morte de um brasileiro, no metrô de Londres, confundido pela polícia britânica como um terrorista. Até hoje, o governo brasileiro, organizações sociais e políticas inglesas, a família do morto, aguardam uma retratação do governo inglês.

A punição aos culpados de um assassinato tenebroso, porque cometido pelo Estado de Sua Majestade, nas condições em que a vítima não foi interpelada, não ouviu “mãos ao alto !”, algo que significasse uma voz de prisão. Morreu fuzilado com mais de cinco tiros. Aliás, morreu sem saber que morria, sem a possibilidade de algum medo, um mínimo susto.

A selvageria provocada pela economia da demência, faz com que proliferem narcotraficantes, terroristas suicidas fundamentalistas, aumento da criminalidade, a banalização da vida, etc. Mas, as maiorias não desistem da esperança.

Resistem, em busca de outros tempos de festa, trabalho e pão. Não podem dar-se ao luxo de crises existenciais, filosofias céticas. Simplesmente sobrevivem.

São como a “Rosa de Alexandria”, que mereceu o título de um dos livros do catalão Manuel Vázquez Montalbán, uma flor dizimada pelas lavas do Vesúvio, e que reapareceu em terras de Espanha. Elas são brancas pelo dia, como a paz, e vermelhas à noite, como o sangue dos que constroem cidades e riquezas, e delas não usufruem quase nada.

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