"Gaiola" do São Francisco é atração em Pirapora-MG

Vapor Benjamim Guimaraes pelas águas do Velho Chico
Vapor Benjamim Guimaraes pelas águas do Velho Chico

O transporte de passageiros e cargas em longa distância, pelo Rio São Francisco, começou com a linha entre Piranhas e Penedo – primeira concessão para o transporte fluvial regular, dada ainda no Império. O percurso ligava os sertões baiano, pernambucano, sergipano e alagoano ao mar. Mas, a história da navegação no São Francisco está atracada no porto de Pirapora-MG; trata-se do vapor Benjamin Guimarães, “gaiola” construído nos Estados Unidos e que navegou no Rio Mississipi – e passou pelo Rio Amazonas, antes de fazer a linha entre a cidade mineira e Juazeiro-BA.

É o único “gaiola” ainda em atividade no País, mas serve apenas ao turismo; e não faz mais o percurso de 1,3 mil quilômetros entre Pirapora-MG e Juazeiro-BA. Totalmente reformado, o Benjamim Guimarães é a lembrança concreta de uma época de fartura de passageiros e cargas; o navio fazia o papel de ponte entre o médio e alto São Francisco com o Sul do País – a viagem até Pirapora servia para pegar o trem para Belo Horizonte e daí para o Rio de Janeiro e São Paulo.

A restauração do navio foi patrocinada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Federaminas), que patrocina também a campanha para o tombamento do Rio São Francisco como patrimônio da humanidade.
Equipado com motor a diesel, que substituiu a caldeira movida à lenha, o Benjamim Guimarães é o orgulho dos habitantes de Pirapora; na cidade, onde funcionava o maior porto fluvial do São Francisco, com 1 quilômetro e meio de extensão e cinco armazéns, a presença do “gaiola” histórico serve para amenizar a nostalgia; e para mostrar que o Rio São Francisco já foi mesmo o fator de integração nacional – pelo seu curso, subiram e desceram os nordestinos que fizeram o fluxo migratório em direção ao Sul.

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