Promotor critica Lessa e Davino durante julgamento

O julgamento dos policiais civis José Alfredo Souza Pontes e Josué Teixeira da Silva – que continua ocorrendo no 1º Tribunal de Júri – foi transformado pelo promotor Márcio Roberto Albuquerque em um rosário de críticas ao governador Ronaldo Lessa, ao diretor geral da Polícia Civil, Robervaldo Davino, e ao próprio procurador geral de Justiça, Coaracy da Mata Fonseca, a quem considera inimigo pessoal.

As críticas surgiram, no julgamento, após o promotor ter lido ofício do Ministério Público confirmando que ele irá responder a uma representação junto à Corregedoria Geral do órgão. Será apurada a sua atuação no julgamento do policial Robson Rui, absolvido da acusação de ter participado da morte do também policial Walter Santana, assassinado em junho de 2003 no bairro da Serraria por conta de uma “guerra entre policiais civis”.

Na sessão de hoje – o julgamento só deve terminar por volta das 21 horas – o promotor Márcio Roberto utilizou a maior parte do seu tempo para criticar Ronaldo Lessa e fazer ironias, chamando-o de “pulador de moita” e dizer que o governador costuma fazer viagens para países europeus que “respeitam a liberdade sexual”, afirmou.

Chamou também o diretor geral de Polícia Civil, Robervaldo Davino, de “crápula” e “safado” por ele ter solicitado a representação contra o promotor junto à Corregedoria do MP. “Jamais darei bom dia ou boa tarde a esse crápula”, ressaltou, criticando também o governo estadual por não ter competência para combater a criminalidade, que “vem aumentando em quantidade e qualidade a cada dia em Alagoas.

Márcio Roberto disse ainda que chegou a solicitar a familiares de Tânia Dias, viúva de Walter Santana , para que ela viesse prestar depoimento ao MP a fim de prestar esclarecimentos sobre o assassinato do marido. Mas, segundo o promotor, Tânia – que está incluída no Programa de Proteção a Testemunha – teria se recusado a vir a Alagoas com medo de ser assassinada.

Mesmo sustentando a acusação contra Alfredinho e Josué Teixeira por crime de homicídio qualificado, o promotor disse, durante o julgamento, que hoje não tinha condições de garantir se os réus participaram da morte de Walter Santana.

De acordo com ele, o único indício de prova existente no processo é o depoimento de Tânia Dias prestado à Polícia Federal em novembro de 2003. Com isso, na prática, a promotoria estava pedindo a absolvição dos acusados.

Iniciado à tarde, o julgamento só deve terminar na noite de hoje. Por volta das 18 horas, o promotor Márcio Roberto ainda não havia concluído a sua apresentação. Em seguida, vem a defesa dos acusados, que é feita por quatro advogados, tendo à frente Raimundo Palmeira.

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