Incertezas para disputa do Campeonato 2006

Além da questão dos estádios, falta uma avaliação prévia dos times participantes

Faltando apenas três semanas para a rodada de abertura do Campeonato Alagoano de 2006, a competição tem tabela e regulamento definidos, regras financeiras devidamente aprovadas, mas ainda transmite incertezas, desde a simples avaliação do poderio técnico das equipes até a confirmação dos locais para a realização dos jogos, em função do condenamento sumário por que passaram os estádios na vistoria inicial feita pelo organismo policial que tem a responsabilidade de oferecer segurança aos espetáculos.

Curiosamente, a teórica exigência por uma segurança absoluta, sob pena de serem responsabilizados os membros da diretoria da Federação Alagoana de Futebol (FAF) e os administradores dos estádios, surgiu no período em que o futebol profissional já havia encerrado a temporada. Foi depois de um jogo entre equipes de veteranos de CRB e CSA que as torcidas organizadas ‘Mancha Azul’ e ‘Comando Vermelho’ ofereceram a motivação que faltava para que o assunto pousasse nas mesas dos promotores do Ministério Público.

O futebol acabou sendo acusado por ser o responsável (in) direto pela criação das chamadas ‘organizadas’, embora a maioria dos atos de vandalismo e as cenas de barbárie, com agressões físicas e depredação de patrimônios público e privado tenham acontecido fora dos estádios, onde a questão passa a ser definitivamente de segurança pública. Mesmo assim, as torcidas tiveram suas atividades suspensas temporariamente pela Justiça.

Onde jogar

Aprovado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pela Confederação Sulamericana de Futebol (Conmebol ) e Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), o Estádio Rei Pelé sediou duas Copas dos Campeões, jogos válidos por Campeonatos Brasileiros, internacionais como da Copa Conmebol e até partidas da seleção do Brasil, uma delas valendo pelas eliminatórias sul–americanas para a Copa do Mundo de 2006.

Este mês, depois de vistoria realizada por integrantes da Polícia Militar de Alagoas, o Trapichão, inaugurado em 1970, e depois de duas reformas estruturais, foi reprovado em relatório por falta do cumprimento de várias dezenas de itens de segurança, e considerado inapto para a realização de jogos de futebol. De posse do caderno de exigências apresentado, o secretário Executivo de Esporte e Lazer, Alberto Sextafeira, surpreso, admitiu atender as ‘recomendações’.

Em princípio, o veto à utilização do Estádio Rei Pelé não deveria trazer maiores implicações até que ocorresse um clássico ou um jogo de decisão de fase ou turno, visto que os três times que representam a capital na Primeira Divisão possuem estádios próprios: o Corinthians Alagoano, o Estádio Nelson Peixoto Feijó; o CRB, o Estádio Severiano Gomes Filho; e o CSA, o Estádio Gustavo Paiva.

Em pior situação

Apesar da falta de confirmação oficial por parte da diretoria, o CSA terá que ficar na dependência de que o Trapichão venha a ser aprovado para mandar ali os seus jogos, pois a situação atual do tradicional ‘Mutange’ é bem diferente da que foi estimada pelo grupo empossado no mês passado, quando foram anunciadas as obras de recuperação.

O gramado está recebendo o tratamento devido, mas a demora para o início dos trabalhos pode exigir um pouco mais de tempo do que o previsto, diferentemente do CRB que, segundo avaliação técnica, já pode ser liberado para a realização de treinamentos. Em relação ao estádio, depois de alguns dias com projetos elaborados e projetos em condições de aproveitamento sendo citados de forma alternada, não se viu sequência com os efetivos serviços de recuperação.

Esta reforma ‘completa’, com novos lances de arquibancadas, cabines para a imprensa, caso não seja implantada em tempo de ser concluída ainda durante a disputa do Campeonato Alagoano de 2006 deverá ficar para uma outra oportunidade, perdendo o pique do ano eleitoral, que deverá ser o principal responsável pela procura de um melhor nível técnico das equipes, através de contratação que significarão elencos bem mais caros do que nos anos anteriores.

Em cima da hora

No interior, Matriz do Camaragibe e Santana do Ipanema preocupam mais do que os outros, embora seus dirigentes garantam o atendimento às exigências. O problema é que as novas vistorias serão encerradas apenas três dias antes do início do Campeonato. Se os estádios não estiverem aprovados, não haverá mais tempo para reformas. Em meio a tudo isso, Arapiraca, com jogo do Flamengo pela Copa Brasil, marcado para fevereiro, também terá que se adaptar às exigências de segurança locais.

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