"A decisão individual de cada um"

“Tanto que a Justiça Eleitoral foi obrigada a regulamentar o uso dos dados de pesquisa e criar parâmetros para que a decisão individual de cada um dos eleitores não seja totalmente influenciada pela onda coletiva e pelo sobe-e-desce que marca a maré das intenções de voto.”

O trecho reproduzido acima, extraído de reportagem publicada na revista “Imprensa”, suscita uma questão semântica. O que é individual constitui uma unidade indivisível; refere-se, portanto, a cada um. Daí ser redundante uma construção como a escolhida pelo redator. Bastaria que dissesse “a decisão de cada um dos eleitores”, que só pode ser individual!
Esse tipo de construção configura uma espécie de “vício de linguagem” que se chama pleonasmo. Normalmente, ocorre quando o redator pretende enfatizar uma idéia. É preciso tomar cuidado com alguns pleonasmos muito comuns, como a “unanimidade de todos”, o “quórum mínimo”, o “teto máximo”, o “piso mínimo” etc.
Abaixo, uma sugestão para reformular o texto:

“Tanto que a Justiça Eleitoral foi obrigada a regulamentar o uso dos dados de pesquisa e criar parâmetros para que a decisão de cada um dos eleitores não seja totalmente influenciada pela onda coletiva e pelo sobe-e-desce que marca a maré das intenções de voto.”

Thaís Nicoleti de Camargo, autora dos livros “Redação Linha a Linha” (Publifolha), “Uso da Vírgula” (Manole) e “Manual Graciliano Ramos de Uso do Português” (Secom- Governo de Alagoas), apresenta o programa “Português Linha a Linha” na TV Pajuçara.

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