Amanhã é comemorado o Dia do Artesão e um levantamento feito pelo Serviço de Apoio às Micro pequenas Empresa (Sebrae) em 2001 indica que no Brasil existem cerca de 9,5 milhões de pessoas trabalhando e sobrevivendo da produção artesanal. Em Alagoas, segundo pesquisa do Banco do Nordeste (2002) esse número é de aproximadamente 50 mil pessoas.
Ao longo dos anos, a produção artesanal deixou de ser apenas uma manifestação da cultura regional e se transformou em oportunidade de geração de renda. No Estado de Alagoas essa tradição já é reconhecida como um importante segmento da economia, principalmente nas comunidades do interior. Com o apoio de instituições como o Sebrae são desenvolvidas ações voltadas para gestão empresarial, melhoria dos produtos e a inserção do artesanato no mercado.
Desde 2002, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Artesanato em Alagoas (Proart), o Sebrae vem estimulando o associativismo, implantando programas de melhoria na produção e apoiando a comercialização dos produtos nos mercados nacional e internacional.
De acordo com o último levantamento feito pelo Sebrae/AL, em 2004, houve um aumento de 16,4% na comercialização do artesanato produzido nas 14 comunidades trabalhadas pelo Proart em Alagoas.
De acordo com a gestora do Proart, Rita Gonçalves, além do aumento na renda das famílias, o trabalho tem como conseqüência a melhoria da qualidade de vida e a auto estima de cada artesão.
Atualmente o Sebrae atende a 20 associações de produtores de artesanato, nos municípios de Água Branca, Batalha, Cajueiro, Coruripe, Delmiro Gouveia, Feliz Deserto, Maceió, Marechal Deodoro, Pão de Açúcar, Penedo, Piranhas, Porto Real do Colégio, São Sebastião e União dos Palmares.
Acesso a mercados
Além de disponibilizar capacitação e apoiar ações de desenvolvimento para o setor, o Sebrae ainda oferece, aos artesãos, um espaço destinado exposição e comercialização dos produtos. Trata-se do Armazém Sebrae, no bairro histórico de Jaraguá, onde os moradores de Maceió e aos turistas, podem encontrar as diversas expressões da cultura local, em produtos de qualidade e originalmente alagoanos.
A paulista Ana Rita Souza, ficou encantada com a mistura do rústico com o moderno no artesanato alagoano. “É um artesanato super charmoso e dá pra usar em casa, no meu escritório ou presentear. É muito original”, ressalta a turista.
Internacionalização
Mas além de conquistar o mercado nacional, o artesanato alagoano tem se consolidado como produto de exportação e levado a identidade cultural do Estado para vários países, encantando os consumidores pela beleza e criatividade das peças.
Um exemplo é o trabalho da Associação das Artesãs de Feliz Deserto, a 118 km da capital. A associação, formada por um grupo de 25 mulheres, produz cestas, bolsas, luminária, pufes, porta-jóias em palha de ouricuri e hoje exporta para alguns países da Europa.
Outro destaque é a Associação dos Artesãos do Pontal da Barra; que produz peças em filé. A inclusão dos produtos no Catálogo de Artesanato do Sebrae/AL, publicado em 2005, possibilitou ao grupo mais visibilidade, o que gerou um contrato de exportação para os Estados Unidos e Canadá. Além disso, as rendas em filé produzidas no Pontal farão parte da campanha de Dia das Mães 2006, da indústria de Cosméticos Natura.
Para a presidente da Associação dos Artesãos do Pontal da Barra, Maria Ligia Lins, o Sebrae/AL é um parceiro no acesso a novos mercados. “Já participamos de diversas feiras nacionais e internacionais porque o Sebrae apóia tanto nos custos quanto na divulgação”, ressalta Ligia.
Para o superintendente do Sebrae em Alagoas, Marcos Vieira, os bons resultados conquistados pelos artesãos atendidos pelo Proart são fruto de parcerias. “Nosso esforço é o de desenvolver ações que ajudem a melhorar a qualidade e oportunizar a comercialização dos produtos tipicamente alagoanos, valorizando seus detalhes, promovendo o resgate cultural e o desenvolvimento sustentável”, afirma Viera.
