Pesquisa mostra que programas sociais beneficiam um em cada cinco brasileiros

Um em cada cinco brasileiros (20% da população) vive com dinheiro de programas sociais do governo – federal, estadual e municipal. Em 2004, quase 39 milhões de pessoas no país que ganhavam apenas um salário mínimo por mês receberam ajuda pública para comprar comida. No Nordeste, a proporção era de uma em três pessoas vivendo com ajuda do Estado. A contrapartida é a garantia de que as crianças freqüentem a escola.

Os dados são do suplemento Educação e Acesso à Transferências de Renda de Programas Sociais, divulgado hoje (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A publicação mostra o perfil socioeconômico dos moradores em domicílios beneficiados com recebimento de dinheiro de programas sociais do governo.

O estudo foi realizado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2004, em que foram entrevistadas 399,3 mil pessoas e visitadas 139,1 mil residências em todo o país.

Além do baixo rendimento – 91% dos entrevistados ganhavam até um salário mínimo – cerca de 8 milhões de famílias atendidas pelos programas eram mais numerosas, mais jovens e com o nível de instrução mais baixo do que aquelas que não recebem nenhum tipo de ajuda. Essas famílias não tinham sequer acesso a bens duráveis, como televisão e geladeira.

Muitas residências, 42,4% delas, não tinham serviços de esgoto sanitário. Quase 70% delas, sem abastecimento de água. A eletricidade chegava para 92,9% e a coleta de lixo para 88,3%. A maioria dos beneficiados (43,7%) trabalhava na agricultura. As crianças e adolescentes representavam 48% do total e os idosos com 60 anos ou mais, apenas 5%.

Segundo a publicação do IBGE, em relação à escolarização, apenas 6,7% dos que receberam o benefício em 2004 tinham pelo menos o equivalente ao ensino médio concluído. A taxa de analfabetismo entre as pessoas de 10 anos de idade ou mais foi de 18,2%. O número de crianças e adolescentes trabalhando foi maior nas famílias que receberam dinheiro do governo e o setor agrícola foi o que mais empregou essas pessoas.

No que diz respeito à educação, o suplemento confirma que houve um aumento no número de crianças e adolescentes na escola em 2004, mas que ainda há diferenças regionais. Norte e Nordeste continuam concentrando os maiores percentuais de crianças fora da escola.

De acordo com a pesquisa, do total de estudantes do pré-escolar, do ensino fundamental e do médio, a maioria (76,4%) freqüentava a escola por causa da oferta de merenda escolar. Na rede pública a proporção alcançou 89% enquanto na rede particular não chegou a 8%.

A falta de vontade de estudar, de dinheiro, de vaga, a procura por trabalho e a ajuda nos afazeres domésticos estavam entre os motivos que levaram quase 16 milhões de crianças e adolescentes a ficar fora da escola.

Fonte: Agência Brasil

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