Penedo festeja 370 anos de elevação à categoria de vila

Penedo comemor hoje, dia 12 de abril, 370 anos de elevação à categoria de Vila. Com uma programação elaborada pela Prefeitura, o dia foi marcado por inaugurações, lançamento de programa social, entrega de casas populares e algumas, confesso a todos os leitores, besteiras que não deveriam estar dentro da programação, apenas com o intuito de encher lingüiça.

Mas, como estamos aqui para falar da data que marca a passagem do povoado que foi elevado à categoria de vila, deixemos os pormenores pra outra ocasião. Este ano o teatro Sete de Setembro receberá poucas visitas durante a semana que antecede o já tradicional Concurso Penedense de Poesia Falada, tendo este ano o nome de Sabino Romariz, ninguém sabendo ao certo se em homenagem ao poeta ou ao profissional do rádio que nos deixou há pouco tempo não tendo admiração nenhuma por parte da equipe da administração municipal atual de Penedo. Em anos anteriores, aquela casa de espetáculos era recheada com centenas de espectadores, ansiosos pelas diversas apresentações teatrais, musicais, folclóricas, entre outras.

Sabemos claro, que o Festival de Tradições Populares voltou a acontecer durante os festejos do Bom Jesus dos Navegantes, que são realizados em janeiro e, sabendo da dimensão da festa, é lógico que o Festival fica muito tímido, diante das mega-atrações que são oferecidas à população. Mas o que importa é que uma programação festiva está sendo oferecida nesta data que marca a elevação, não é verdade? Bom, então deixa pra lá!

Penedo é muito superior a todos e, sendo assim, podemos dizer que o povoado ergueu-se imponente sobre o rochedo às margens do Rio São Francisco, como uma das mais bonitas e antigas cidades do Brasil. A cidade impressiona os seus visitantes pelo rico patrimônio histórico e cultural, que pode ser visto em igrejas, conventos e palacetes do século XVII e XVIII. Todas as construções proporcionam uma verdadeira viagem ao passado do Brasil Colonial.

A contribuição dos colonizadores portugueses e holandeses e dos missionários franciscanos pode ser constatada na arquitetura barroca de conventos e igrejas que fazem da nossa querida princesinha do Velho Chico Patrimônio Histórico Nacional. Penedo ostenta beleza e história, que podem ser apreciadas numa visita ao convento dos franciscanos com sua bela igreja de Nossa Senhora dos Anjos, como também a Igreja de Nossa Senhora da Corrente (sem “s”, atente).

Há também a Igreja de São Gonçalo Garcia, reaberta há poucos anos. Mas se for falar de atrações à cidade, temos a obrigação de citar o Rio São Francisco com as suas canoas impulsionadas por velas duplas, e lanchas e balsas que fazem o transporte de pessoas e mercadorias entre as cidades ribeirinhas. O nascer e o pôr do sol, refletidos nas águas, formam um cenário inesquecível aos espectadores privilegiados.

A cidade ainda oferece aos seus visitantes uma linda imagem de todo o litoral Sul do Estado de Alagoas, com praias, rios e lagoas, que escondem encanto e mistério. O artesanato é um dos principais destaques da cidade e atrai diversos turistas em busca de esculturas em madeira, pedra calcária e barro.

Diante de tudo, não posso deixar de apresentar certa indignação para com a situação que vive Penedo, hoje, sendo conduzida, digamos que por pessoas que não dispõem de interesse pelo coletivo, e sim, pelo pessoal, individual e, apesar de ter o prefeito Március Beltrão, um grande espírito juvenil que poderia dar show de administração, sua equipe administrativa é a dura verdade num congestionamento de descobertas, como um rio sem foz, onde as sujeiras se acumulam sem escoamento. Ainda há tempo para evitar uma crise endêmica que se anuncia sujamente clara, em cima da mesa de dissecação. Mas, sigamos o adágio popular que diz ser o tempo senhor da razão.

* Professor, pós-graduado em Gestão de Empresas e Marketing eacadêmico do curso de Direito da FCJAL.

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos