MP instaura inquérito para apurar contratação irregular de escritório de advocacia

Promotoria de Justiça Coletiva da Fazenda Pública Municipal do Ministério Público Estadual instaurou inquérito civil público para apurar os motivos que levaram a Prefeitura de Maceió a contratar um escritório de advocacia particular para representá-la em ação judicial.

De acordo com o promotor de Justiça Marcus Rômulo Maia, a irregularidade é flagrante, já que existe um órgão específico na estrutura administrativa – a Procuradoria do Município – para defesa de interesses jurídicos do município, dotado de quadro próprio de procuradores, aprovados em concurso público e remunerados para esse fim.

O fato de o ex-procurador-geral do município, Marcelo Brabo, figurar como sócio do escritório de advocacia contratado causou estranheza ao promotor de Justiça. Ele só tomou conhecimento do fato, quando o juiz da Vara da Fazenda Pública Municipal solicitou um parecer do Ministério Público quanto à legalidade da representação judicial patrocinada pelo escritório de Brabo, que receberia 20% de honorários de sucumbência do valor total da causa, estimado em R$ 6.113.998,80.

“Considerando que se trata de ação indenizatória e de rescisão de permissão de uso de bem público, não há que se falar em conhecimento especializado para justificar a contratação”, esclarece o promotor de Justiça.

A falta de referência nos autos em relação ao contrato celebrado com o escritório de advocacia e ao número do procedimento de licitação que autorizou a contratação também chamou a atenção do Ministério Público alagoano.

“Estranhamos ainda que a procuração conferida ao escritório pela Prefeitura de Maceió dá poderes especiais, inclusive para fazer acordos, indo de encontro ao princípio da indisponibilidade do interesse público. A mesma procuração dá total liberdade ao escritório para repassar o caso a outro prestador de serviço, o que não é possível na administração pública ”, ressalta o representante do MP.

Fonte: MP

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